Eduardo Jorge: Um "surto anunciado"
Foto: Reprodução/Internet
- venho chamando a atenção há mais de três semanas que teríamos um aumento de casos de Covid-19 pelas subvariantes da Ômicron, especialmente a BQ.1 e BQ.1.1.
O que sabemos até agora sobre esta situação?
1 - São subvariantes derivadas da BA.5 e são mais evasivas da resposta imune tanto induzida por vacinas quanto pela doença.
2 - Quatro meses depois da última dose da vacina, a imunidade contra a infecção é reduzida e não impedirá o adoecimento. Mas a BOA notícia: para as formas graves da doença/ internamentos a vacinação prévia permanece protetora, exceto em um pequeno percentual. Não acredito que teremos aumento significativo de internamentos e muito menos de mortes entre os vacinados com esquema completo.
3 - Quem não fez a terceira ou quarta dose e é elegível para a vacina: deve urgentemente completar seu esquema com a vacina de plataforma que estiver disponível.
4 - Precisamos cobrar de forma persistente vacinas em quantidade suficiente para uma quarta dose nas pessoas com menos de 40 anos e a terceira dose para crianças de 5 a 11 anos.
5 - Maior tranquilidade atual com a expectativa de regularização das doses de CoronaVac para as crianças acima de 3 anos.
6 - Grande alegria ver finalmente as crianças com comorbidades de 6 meses a 3 anos recebendo a apresentação específica da vacina Pfizer para esta faixa etária (“Pfizer baby”). Precisamos garantir agora a ampliação para que TODAS as crianças tenham este direito!
7 - É necessário planejar a compra das novas vacinas bivalentes, que incluem além da variante original, a subvariante da Ômicron, BA.5, para futuros reforços, especialmente em grupos de risco como idosos, imunocomprometidos e profissionais de saúde. Esta nova apresentação parece ser mais efetiva no cenário atual.
8 - Uso de máscaras: a orientação é fazer a gestão individual de risco, contemplando as particularidades de cada família. Caso a pessoa apresente alguma condição de risco, é recomendável usar máscaras, especialmente em ambientes fechados, mesmo se vacinada.
Nunca fui alarmista, desempenho o meu papel de orientação baseado na melhor ciência atual, sem envolvimento político. Sigamos fazendo o bem e o certo.
Eduardo Jorge, médico e representante da sociedade brasileira de imunizações em Pernambuco.
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