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Política

LEITURA EQUIVOCADA


Por: Aldo Vilela

Se o motivo do cancelamento for por conta do credo religioso que defende, o que dizer da decisão de São Paulo em não realizar as festividades carnavalescas?

 Se o motivo do cancelamento for por conta do credo religioso que defende, o que dizer da decisão de São Paulo em não realizar as festividades carnavalescas?

Foto: Divulgação

31/07/2020
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A recente decisão do prefeito da cidade de São Sebastião do Rio de janeiro, em cancelar a festa de réveillon na praia de Copacabana, vem sendo motivo de muita histeria e de leitura preconceituosa. Todos sabem que a pandemia veio de maneira tenaz alterar a agenda dos habitantes da Terra. Mesmo assim, há aqueles que insistem em apresentar uma maneira de desqualificar a decisão do prefeito, onde o que vale é ser contra tudo e se quer propor uma alternativa para solução do problema.

     Um dos argumentos apresentados para tomada de decisão do prefeito do Rio de Janeiro, segundo seus opositores é por ser pastor protestante. Daí, já se percebe o primeiro equívoco histórico. O protestantismo foi um movimento surgido no século XVI, do qual a entidade religiosa que o prefeito é filiado não possui nenhuma ligação. Para tanto, basta saber que o mesmo pertence ao grupo dos neopentecostais que surgiram no século XX. Algo bem recente. O segundo equívoco, é atribuir a decisão pelo fato de abraçar uma religião diferente da predominante no país. Ora, devemos acreditar que quem administra uma cidade deve pensar na população como um todo e não apenas aos asseclas da fé religiosa que pertence.

     Se o motivo do cancelamento for por conta do credo religioso que defende, o que dizer da decisão de São Paulo em não realizar as festividades carnavalescas? E a cidade de Salvador em que o chefe do poder executivo já se pronunciou afirmando que só haverá festividades carnavalescas se descobrirem uma vacina contra à Covide . Será que São Paulo e Salvador , também são administradas por algum pastor? Não conheço o prefeito do Rio de janeiro, não tenho procuração para defender suas ideias, mas acredito ser no mínimo equivocada, atribuir que sua decisão em cancelar o réveillon seja unicamente por questões religiosas.

     Admitamos que  a festividade seja realizada e prolifere o número de infectados, qual será o posicionamento dos opositores de plantão? Certamente, não faltará quem diga que o prefeito é no mínimo irresponsável e como evangélico deveria demonstrar amor ao próximo.

 

Hely Ferreira é cientista político.

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