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Política

Ministro é cobrado por secretários por mais insumos e compaixão às vítimas do Covid-19


Por: Aldo Vilela

Desde a nomeação, Teich tem adotado o discurso ancorado na frieza de números da pandemia, sem muita clareza e transparência nos dados, e na defesa da aplicação de testagem em massa para tentar se aproximar da realidade da pandemia no Brasil

Desde a nomeação, Teich tem adotado o discurso ancorado na frieza de números da pandemia, sem muita clareza e transparência nos dados, e na defesa da aplicação de testagem em massa para tentar se aproximar da realidade da pandemia no Brasil

Foto: Divulgação

27/04/2020
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Em um artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (27), o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Alberto Beltrame, listou uma série de deficiências estruturais por parte do Ministério da Saúde em apoio a Estados e municípios na luta contra o novo coronavírus e cobrou diretamente ao ministro Nelson Teich "mais empatia, compaixão e solidariedade" às vítimas e parentes da pandemia. Beltrame denunciou a falta de equipamentos básicos e de leitos para tratamento dos pacientes e alertou que, até o momento, pouca ajuda federal tem chegado às gestões estaduais e municipais para lidar com a crise.

"Para secretários estaduais de saúde, cada vida importa. Cada perda representa uma enorme dor. Estamos travando uma luta pela saúde da população. Isso dá sentido à nossa existência e ao nosso trabalho. Mas nenhuma palavra que expressa compaixão por doentes ou por quem perdeu seus entes queridos foi ouvida. Precisamos de um Ministério da Saúde que seja capaz de demonstrar, em mensagens à sociedade e em ações concretas, um mínimo de empatia, solidariedade e compaixão", escreveu Beltrame, que é secretário estadual de Saúde do Pará, da gestão Helder Barbalho (MDB).

Desde a nomeação, Teich tem adotado o discurso ancorado na frieza de números da pandemia, sem muita clareza e transparência nos dados, e na defesa da aplicação de testagem em massa para tentar se aproximar da realidade da pandemia no Brasil. Por outro lado, embora não tenha se posicionado claramente sobre o assunto, o novo ministro da Saúde tem demonstrado simpatia à hipótese do isolamento vertical, quando se isola apenas grupos de riscos, condição essa defendida por Jair Bolsonaro, em contraponto a maioria dos governadores e prefeitos do Brasil. O isolamento vertical, inclusive, tem sido umas das polêmicas travadas pelo presidente e demais gestores públicos, acirrando a disputa política em todo o Brasil.

O presidente do Conass afirma que estados e municípios estão trabalhando no limite e que a luta contra o novo coronavírus esbarra no subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS). "Cada leito de UTI está ocupado, como sempre esteve. Estão lotados não por má gestão, mas porque sempre estiveram em número insuficiente. E a falta cotidiana de leitos representa lista de espera, desassistência, dor e morte", sublinha o representante. 

Alexandre Beltrame finaliza argumentando que, "mais que nunca, faltam leitos adicionais, respiradores, monitores, bombas de infusão que foram prometidos e ainda não chegaram" e equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde que estão na linha de frente dos atendimentos. "Muito pouco do que foi anunciado e prometido, de fato, chegou aos estados e municípios", sacramenta o presidente do Conass.

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