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Política

AS ESTÁTUAS DOS LEITORES


Por: Aldo Vilela

Gustavo Krause: “Faz parte da estupidez ideológica a simples constatação de que a homenagem é prestada ao ser humano. Merquior afirmava que quem não conhece o passado está condenado a sofrê-lo como destino”.

Gustavo Krause: “Faz parte da estupidez ideológica a simples constatação de que a homenagem é prestada ao ser humano. Merquior afirmava que quem não conhece o passado está condenado a sofrê-lo como destino”.

Foto: Divulgação

13/07/2020
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Marcel Proust dizia que “Todo leitor é o leitor de si mesmo” (O Tempo Redescoberto). Mais amplamente, o leitor se reconhece (ou não) no texto que lê. Semana passada, por exemplo, escrevi texto defendendo que estátuas não devem ser vandalizadas, por representar um momento da história. Como livros não devem ser queimados, mesmo quando sustentem ideias com as quais não concordamos. Os leitores fizeram comentários, muitos e ricos. Seguem alguns, como prova: Adail Augusto Agostini: “Querem pregar moral de cuecas”. Admaldo Matos: “Falta cultura histórica para saber que os homens, mesmo os mais virtuosos, pecam. Lembro que Tomás Morus, na sua Utopia, admite a escravidão. É um retrato da época”. Alfredo: “Essa desconstrução vai desembocar no isolamento das pessoas em tribos”. Aninha de Duda Guennes, desde Lisboa: “E o Cabral ainda não foi abaixo? Ou não tem estátua por aí?”.  Cícero Tavares: “As reflexões me remetem à figura de Lampião (herói ou bandido?)”. Deco: “Thomaz Jefferson, e outras personalidades daquela época, são apagadas. A história de um país é eterna, tal e qual um diamante”.

 

Gustavo Krause: “Faz parte da estupidez ideológica a simples constatação de que a homenagem é prestada ao ser humano. Merquior afirmava que quem não conhece o passado está condenado a sofrê-lo como destino”. Ignez Barros: “É preciso preservar estátuas, monumentos e livros, para assegurar a integridade histórica, cultural e democrática de um povo”. Jesus de Ritinha de Miúdo: “Pois olhem que aqui no RN estavam organizando a derrubada da estátua de Câmara Cascudo. Essa juventude de hoje, salvando raríssimas exceções, não cria porra nenhuma e vive de copiar o que vê lá fora”. João Francisco: “As esquerdas aprenderam a destruir estátuas com os talibãs, ou foi o contrário?”.

 

Marcelo Cerqueira: “As Pirâmides no Egito, e a Grande Muralha na China, em que morreram dezenas de milhares de trabalhadores, deveriam então ser destruídas?”. Nikolai Hel: “Queria ver essa iniciativa para destruir o mausoléu de Mao, ou de Lenin”. Ronaldo Ferreira: “Radicais seja de direita, esquerda ou de centro, perdem a visão periférica que lhe permite ver além do seu estreito desejo, tornando tudo fora da sua visão como imoral ou indecente”. Vamireh Chacon: Quando os turistas passam pela grande Praça da Concórdia (Paris), ignoram completamente que ali no meio, onde está um obelisco, foram guilhotinadas milhares de pessoas, além de um rei e uma rainha. Walter Manzi: “Será que todo o movimento de reação conservadora não está levando a um colapso das reações humanas? Será que o excesso de liberdade, praticado por décadas, também não levou à reação conservadora? O que nos tornamos? Pessoas (gentis) de máscaras?”

 

 

José Paulo Cavalcanti Filho.

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