EDUARDO CARVALHO: TODOS OS SONHOS DE UM HOMEM: CATHERINE DENEUV, INDRID BERGMAN, até mesmo SABRINA.

Foto: Cortesia/Whatsapp
Que pode mais desejar um homem a não ser encontrar o amor de sua vida? E depois pedir aos céus para jamais ré-encontrá-lo…“nos braços de um tipo, qualquer”. As vezes desejar a sua morte. Muitas vezes... preferir morrer.
Estava a trabalho no Rio de Janeiro, o Dr. Carlos Albuquerque, grande advogado, me convidou para uma reunião em seu apartamento, de frente à praia de Botafogo, por volta das 19h. Trataríamos de um processo do interesse do Sind. dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Rio de Janeiro, à época presidido pela atriz e dubladora Sumara Louise, debateríamos, jantaríamos...Etc. Eu fui.
Parti do escritório de Sérgio Barcellos, um amigo-irmão inesperado, colado ao Arco do Teles, esquina com o prédio da Bolsa de Valores e a Praça XV. Certa vez, saíamos da Tabacaria Africana e a XV apareceu em sfumato, do amarelo ao amarronzado, num instante em que tudo passou a si-passar quadro a quadro à nossa frente, uma grande tela, in slow motion. Com o cigarro seguro nas beiras dos lábios... o fósforo prestes a ser riscado…estilo...Bogart, Sérgio parou, e disse assim: “Um dia, tudo começou aqui”. Então olhamos para os lados, e voltamos a reparar na Praça…. Visto! E seguimos ao Baixo Leblon.
Era começo de mais um verão. O céu abria seu peito ao meio, esgarçando o azul que restava naquele final de dia, até fazer vingar a plena transparência etérea, e que Nada mais pudesse voltar, depois de ultrapassada a boca de fogo daquele sumidouro infinito de luz. A noite era uma enorme e densa onda vindo e crescendo vagarosamente, curvando lentamente sobre nós; um ser-maravilhosamente nua, amena, morna. Surgiam as primeiras estrelas parecendo, a cada passo, mais surpresas com tudo aquilo que enxergavam, lá em baixo. Elas se aproximavam com a perplexidade de quem se descobre resgatado do fundo da mais profunda escuridão solitária e cega, tamanho era o aumento do brilho que irradiavam, chegando mais perto, ficando mais próximas. Brilhavam com todas as forças, por não terem a certeza de que voltaríamos a nos ver, amanhã. Então, também já eram as luzes da despedida.
Espiava este imenso e intenso cair da tarde no morrer do dia, e crescia o deslumbramento ao reparar as luzes dos postes iluminando as calçadas; e as luzes dos escritórios, acesas às pressas, desordenadamente, escapando em fachos pelas janelas dos prédios, ao redor. Longe dali havia outras luzes pontilhando a Baía da Guanabara, parecendo as contas de pérolas de um terço rezado pelo Redentor em defesa da cidade à mercê dos tripulantes daqueles navios estacionados no lodo das águas que se acostumaram a espelhar os rostos de tantos sonhos afogados ontem e hoje.
Cheguei ao apartamento do Carlos, absolutamente prevenido para qualquer das circunstâncias e perguntas ligadas à causa, objeto do convite que me fora feito, até que escutei uma voz reconhecida me dizendo assim: “Boa Noite, Eduardo”. Era uma voz que não deveria para estar-aqui.
Eduardo Romero Marques de Carvalho - advogado
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