Moraes determina que advogado e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro sejam ouvidos pela PF

Foto: Fabio Rodrigues/Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta quarta-feira (25) que o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, seja ouvido na ação que investiga a tentativa de golpe de Estado do Brasil após as eleições de 2022. Além dele, também será ouvido o ex-assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten.
Ambos devem prestar esclarecimentos à Polícia Federal (PF) sobre a acusação de obstrução de Justiça. Segundo a PF, os dois teriam teriam se aproximado da filha e da mãe do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, para tentar obter informações sobre a delação premiada assinada com a PF. Conforme a apuração, Wajngarten fez "intensa tentativa de falar" com a esposa de Cid, Gabriela Ribeiro Cid, e com uma filha menor do militar.
O advogado Paulo Cunha Bueno chegou a encontrar a mãe do tenente-coronel Mauro Cid, Agnes Cid, num evento público em São Paulo para tentar "demover a defesa constituída por Cid".
Segundo Moraes, as condutas configurariam obstrução de Justiça. "As condutas narradas à autoridade policial indicam a prática, em tese, do delito de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa, razão pela qual se mostra pertinente adequada e necessária a oitiva dos noticiados", explicou o ministro.
Outro nome citado na delação de Cid é o de Luiz Eduardo Kuntz, advogado do ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara.
Segundo as investigações, Kuntz também tentou contato com a filha de Cid, que tem 14 anos. "Essas insistências se deram por mensagens trocadas por WhatsApp", diz trecho da investigação.
Na semana passada, Kuntz pediu ao Supremo a anulação da delação de Mauro Cid após informar que conversou com o militar pelas redes sociais. Anteriormente, ele havia negado ter procurado Cid.
Marcelo Câmara e seu advogado estavam proibidos de ter contato com outros investigados no processo, por decisão de Moraes. Pelo descumprimento, o ministro determinou a prisão de Marcelo Câmara.
Com informações da Agência Brasil.