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Os desafios da liderança feminina – e como superá-los com confiança


Por: REDAÇÃO Portal

14/02/2025
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Foto: Divulgação

Por Carolina Vargas

Este é o segundo texto que envio para o blog do Elielson, e fico feliz por continuar essa conversa sobre temas que me movem: liderança, empreendedorismo e os desafios (e conquistas!) das mulheres nesse caminho, não vou entrar somente no feminino, mas creio que dentre as prioridades que devo ter ao demonstrar meus pensamentos em textos, o primeiro dele, deve ser, o apoio a outras mulheres.

Falar sobre liderança feminina é falar sobre transformação e progresso. O mercado de trabalho mudou, mas a verdade é que ainda existem barreiras invisíveis (e algumas bem visíveis) que tornam a jornada da mulher líder mais desafiadora. Seja a necessidade de provar competência repetidas vezes, o desafio de equilibrar múltiplas responsabilidades ou simplesmente a falta de representatividade em altos cargos, liderar como mulher exige coragem, resiliência e, acima de tudo, uma visão clara do nosso valor.

Eu costumo dizer que nem sempre todas as mulheres buscam “altos cargos de liderança”, dito literalmente. O que buscamos, acima de tudo, é sermos reconhecidas e respeitadas em qualquer nível hierárquico, sempre.

As diferenças da liderança feminina – e por que isso é positivo

Muitas vezes, mulheres que chegam a posições de liderança sentem que precisam se encaixar em um modelo tradicional de comando, historicamente moldado por homens. Mas a verdade é que a liderança feminina tem características próprias – e isso não é uma fraqueza, mas uma vantagem competitiva.

Pesquisas mostram que mulheres líderes costumam ter maior inteligência emocional, promovem ambientes mais colaborativos e são mais eficazes na resolução de conflitos. Isso se traduz em equipes mais engajadas, produtivas e inovadoras. Além disso, mulheres tendem a liderar de forma mais inclusiva, dando espaço para diferentes vozes e perspectivas, o que impulsiona a criatividade e a tomada de decisões estratégicas.

No entanto, essas qualidades nem sempre são reconhecidas de imediato. Enquanto a assertividade masculina geralmente é interpretada como liderança natural, em mulheres, muitas vezes, é vista como agressividade. A busca pelo equilíbrio entre firmeza e empatia ainda é um dilema para muitas líderes. O caminho para superar isso? Assumir a própria autenticidade sem medo. Nossa forma de liderar não precisa se encaixar em um modelo pré-estabelecido – ela pode e deve ser um reflexo de quem somos.

Na minha jornada de liderança eu busquei sempre equilibrar as minhas entregas e meus projetos baseados na assertividade, porém, o fator que mais me impulsionou, foi, acima de tudo, a inteligência emocional em saber manter sempre tudo em harmonia e equilíbrio, buscando ser justa com todos. 

Muitas vezes fui boicotada por outra mulher, e posso afirmar que foram mais vezes por outra mulher do que outro homem. O que me apresenta algo ainda maior: a força que temos que ter para assumir uma responsabilidade de representatividade e crescimento frente ao mercado masculino, mas, que, acima de tudo, precisamos dar as mãos as demais mulheres que não conseguem entender que, se não dermos as mãos, nenhuma de nós cresce.

Como superar os desafios e crescer como líder

Sabemos que a jornada da liderança feminina não é linear. Mas também sabemos que existem estratégias que podem tornar esse caminho mais leve e recompensador, listo abaixo algumas frentes que me ajudaram muito na construção da minha carreira, e creio que sejam primordiais e hibridas para qualquer carreira, são elas:

  1. Construir redes de apoio

    Ninguém cresce sozinho. Ter mentores, participar de grupos de liderança feminina e buscar referências que nos inspirem faz toda a diferença. Além disso, precisamos ser essas referências para outras mulheres que estão iniciando suas jornadas. A rede de apoio nos da força para conseguir enfrentar desafios como poder contar com outras pessoas para tarefas que precisamos de suporte, como ajuda em buscar um filho na escola, ou até mesmo, apoio emocional sobre atitudes que estamos em dúvida se devemos tomar.
     

  2. Comunicar com confiança

    Muitas mulheres hesitam em compartilhar suas ideias ou conquistas, com medo de parecerem arrogantes. Mas comunicar com clareza e segurança não é sobre ego – é sobre ocupar o espaço que merecemos. Quando você domina o tema que você está falando, não há espaço para insegurança. Portanto, se prepare sempre para o que vai falar, e fale com confiança.
     

  3. Negociar sem medo

    Pedir aumentos, discutir promoções e negociar oportunidades ainda são desafios para muitas mulheres. Mas entender nosso próprio valor e não aceitar menos do que merecemos é essencial para avançar. Não tome os pés pelas mãos, nunca, pense sempre antes de tomar qualquer decisão se colocando no lugar de ambos, da empresa, e teu, como carreira. Seja sempre justa, e, enxergue que para ter progresso não há espaço para ter medo.
     

  4. Equilibrar sem culpa

    O dilema entre carreira e vida pessoal ainda recai com mais peso sobre as mulheres. Mas equilíbrio não significa perfeição – significa encontrar um modelo que funcione para cada uma de nós, sem cobranças irreais. Sabe quando paramos para nos comparar com as “vidas” das redes sociais? Então, isso não passa a ser saudável no momento que entendemos que cada vida rege de uma forma, e, seguir padrões de beleza nos deixam ainda mais dilaceradas com nossos traumas. Portanto, trabalhe sua mente para que a culpa não faça parte do seu dia a dia.
     

  5. Abrir portas para outras mulheres

    Cada conquista individual é uma oportunidade de mudança coletiva. Sempre que uma mulher assume um cargo de liderança, ela pavimenta o caminho para que outras possam seguir. Eu costumo dizer que meus maiores “tropeços” na carreira foram causados por outra mulher! Sim, por outra mulher, e isso me ensinou que este padrão precisa ser imediatamente quebrado. Sermos assim, mulheres que impulsionam as outras, e que buscam, acima de tudo, dar as mãos.

O futuro da liderança feminina

A boa notícia é que nunca estivemos tão perto de um cenário mais igualitário. As empresas estão percebendo os benefícios da diversidade na liderança, e cada vez mais mulheres estão ocupando espaços antes inacessíveis. Mas ainda há muito a ser feito, e essa mudança depende somente de todas nós.

A liderança feminina é feita de desafios, mas também de muitas conquistas. E quanto mais falamos sobre isso, mais natural se torna ver mulheres no comando. Liderar não precisa ser um ato solitário – podemos crescer juntas, apoiar umas às outras e construir um futuro em que o sucesso feminino seja a norma, e não a exceção.

Se quiserem continuar essa conversa, trocar experiências ou compartilhar desafios, estou à disposição!

Um grande abraço!

Carolina Vargas

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