Alagoas é o primeiro destino no NE e o terceiro no Brasil
E graças ao turismo, bares e restaurantes ganham fôlego para enfrentar a pandemia

Foto: Segundo a Decolar, maior plataforma de vendas on-line na América Latina, as praias alagoanas são as preferidas dos turistas
Por Luciana Leão
Ainda não dá para comemorar, mas é fato que o setor de bares e restaurantes de Alagoas tem recebido fôlego graças ao incremento positivo no turismo no Estado nos últimos meses.
Alagoas já vinha liderando as vendas na companhia de turismo CVC, assim como na Azul Viagens e, nesta última semana, a Decolar, maior plataforma de vendas on-line na América Latina, apontou em pesquisa que o Estado alagoano é o primeiro destino no Nordeste e o terceiro no Brasil.
“Estamos vivendo um momento positivo em nosso trade turístico. Houve uma aceleração muito boa. O Estado cumpriu seu papel de divulgar o destino e os resultados já estão sendo vistos”, pontuou o presidente da Abrasel- AL, Thiago Falcão de Farias, em conversa com o Movimento Econômico, sobre o cenário do segmento em 2020 e as expectativas para 2021.
Na pior fase da pandemia e mesmo depois da reabertura dos negócios em 2020, as palavras de ordem no setor foram de adaptação e remodelar o negócio. Cada estabelecimento, na medida do possível, implementou algumas inovações em seu modelo de gestão, passando a investir mais no delivery ou na retirada da mercadoria na loja, que eram as modalidades permitidas, mas, mesmo assim, quase 70% ficaram com as portas fechadas.
Com a reabertura, outros desafios surgiram: aumento do preço dos insumos, com picos chegando a quase 50% no total de operação. “Isso foi preocupante, porque bares e restaurantes têm uma baixa lucratividade. O último levantamento realizado pela Abrasel nacional estimou uma retração entre 3% e 4% no setor”, revelou o presidente da Abrasel-AL.
Fora a questão dos insumos, decorrente não somente da inflação, mas também do uso desenfreado de plásticos, houve também escassez de mercadorias. “Nesse conjunto de desafios, tivemos uma redução significativa de consumidores”, acrescenta Falcão. Pequenos negócios como cafeterias, self service, lanchonetes tiveram um impacto negativo maior. “Cerca de 70% das empresas ainda continuam no prejuízo”, disse Falcão.
Para uma parte do setor - bares e restaurantes que possuem um perfil turístico -, a situação é outra: tiveram uma recuperação 100% ou mesmo superior em relação ao mesmo período de anos anteriores.
No Brasil, segundo pesquisa da Abrasel nacional, mais de 50% das empresas tiveram prejuízo em suas operações. Em Alagoas, esse percentual foi abaixo da média nacional e fechou em torno de 33%. Thiago Falcão credita ao setor de Turismo um desempenho não tão negativo das atividades de bares e restaurantes no estado alagoano.
Negociação com o Estado
Para 2021 o maior desafio, segundo Falcão, é permanecer com a alta no segmento do turismo, que tem um impacto direto na receita de bares e restaurantes. Porém, além dessa expectativa, outros gargalos do segmento precisam ser resolvidos, de imediato, na medida em que as pessoas começam a ser vacinadas e passam a sair mais de suas casas. “Nesse sentido, a questão da alta dos insumos e a escassez de mercadorias nos preocupa”.
Para isso, a Abrasel- AL negocia com o Governo de Alagoas a suspensão da cobrança do imposto ST (Substituição Tributária) que incide sobre as mercadorias transitadas dentro do Estado. “No faturamento de bares e restaurantes, o imposto ST pesa entre 3% a 4%. Há uma negociação com o Estado e se conseguirmos suspendê-lo vamos conseguir trabalhar com uma maior folga”, acredita o executivo.
A Abrasel - AL representa cerca de 12 mil estabelecimentos em todo o Estado, com geração de 10 mil empregos diretos. Em Maceió, os bares e restaurantes são os maiores empregadores do turismo, liderando a geração de empregos.
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