Recife dispara como a capital com mais estudantes de TI do Brasil

Recife disparou na liderança como a capital brasileira com maior número de estudantes de Tecnologia da Informação (TI) por habitante, resultado diretamente impulsionado pelo programa Embarque Digital, uma iniciativa do Porto Digital, maior distrito de inovação do país, com a Prefeitura do Recife.

Os dados são do Censo da Educação Superior 2023, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e divulgado recentemente, e que foi sistematizado pelo Porto Digital para a análise de dados do ensino superior no país. O estudo aponta que a cidade do Recife alcançou a marca de 658 estudantes de TI para cada 100 mil habitantes, um crescimento de 15% em relação ao ano anterior, que registrava 570 estudantes nessa proporção. Além disso, Recife também lidera o número de concluintes na área, com 66 formandos por 100 mil habitantes, reforçando sua posição como referência nacional no setor.

- Recife é a capital com mais alunos de tecnologia per capita do Brasil, com 658 alunos matriculados por 100 mil habitantes, aumento de 15% em relação à pesquisa anterior (2022)
- Brasília, a segunda colocada da lista, tem 445,2 alunos de tecnologia por 100 mil habitantes, uma diferença de aproximadamente 47% em relação ao Recife
- Recife também lidera as demais listas de ingressantes e concluintes com 278 novos alunos em TI por 100 mil habitantes e formando 66 alunos por 100 mil habitantes.

Embarque Digital

O Embarque Digital, criado para democratizar o acesso à formação superior em tecnologia no Recife, oferece bolsas integrais para egressos do sistema público de ensino e já se tornou uma referência nacional em inclusão social e diversidade. De acordo com Pierre Lucena, presidente do Porto Digital, a iniciativa se tornou um sucesso por estar ancorada em três pilares: mercado de trabalho, educação e visão de futuro. “O setor de tecnologia é intensivo em capital humano altamente qualificado. É um desafio atender às necessidades das empresas por cada vez mais colaboradores, ao mesmo tempo em que o ensino superior não consegue formar profissionais na velocidade que o mercado precisa. Ampliar a formação em TI com qualidade é a chave para o crescimento do setor no país”, comenta. 

Enquanto o setor de TI no Brasil é tradicionalmente dominado por homens brancos de classe média-alta, o Embarque Digital tem mudado essa realidade. O programa já alcançou 32% de participação feminina entre os matriculados, um índice que supera a média nacional, onde quatro em cada cinco estudantes de TI são homens. Na questão racial, o impacto é ainda mais expressivo: enquanto no Brasil apenas 34% dos estudantes de TI se identificam como negros, no Embarque Digital esse número chega a 60%, invertendo a lógica nacional e reforçando a representatividade.

Outro desafio enfrentado pelo programa é a evasão, um problema crônico nos cursos de ciência, tecnologia e engenharia. No Brasil, na grande área de computação, 67% dos estudantes abandonam os cursos antes de concluí-los, mas, no Embarque Digital, a taxa é aproximadamente um terço da média nacional, marcando 23,6% nas duas primeiras turmas já formadas, graças a um modelo pedagógico inclusivo e a suporte contínuo aos alunos.

A distribuição de gênero nos cursos de tecnologia no Brasil
- 19% se identificam com o gênero feminino
- No Embarque Digital, representam 32% do total de matrículas
A distribuição racial dos estudantes de TI no Brasil
- 48% de pessoas brancas 
- 34% de pessoas negras
- No Embarque Digital, 60% dos estudantes se consideram negros