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Selic em queda: como investir


Por: REDAÇÃO Portal

19/09/2023
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João Scognamiglio, financial planner e sócio da Múltiplos Investimentos

 

Sempre que há uma alteração no cenário econômico, é natural que os investidores se preocupem com mudanças no comportamento dos seus investimentos, seja pelo medo da perda ou por procurar elevar seus ganhos em busca de oportunidades.

Atualmente, o Brasil passa por um momento de mudança no ciclo da taxa Selic, a taxa básica de juros. Pela primeira vez, desde meados de 2020, a taxa começou um caminho de queda. Nessa quarta-feira (20/09), não deverá ser diferente: o Copom deverá seguir com o ciclo de queda.

Gráfico, Gráfico de linhas

Descrição gerada automaticamente

Figura 1: Taxa Selic anual. Fonte: Banco Central do Brasil

A Selic é a taxa de referência que os títulos públicos são precificados entre governos e entidades. Em outras palavras, é o custo do empréstimo dos recursos que os bancos pegam com o governo. Quando a Selic sobe, o crédito fica mais caro e o dinheiro passa a circular menos. Por outro lado, uma queda na taxa, estimula a economia e, consequentemente, a inflação.

Selic e Investimentos

Os investimentos financeiros estão intrinsecamente ligados à taxa de juros. Isso porque todo o mercado financeiro funciona com base nela, seja nos investimentos de renda fixa quanto no mercado de imóveis e ações.

Do ponto de vista prático, um investimento em renda fixa é um empréstimo que o investidor faz para uma instituição, seja ela pública ou privada. O que diferenciam os investimentos em renda fixa são as taxas aplicadas. Porém, qualquer que seja a taxa, têm algo em comum: são relacionadas com a Selic. Ou seja, em momento de queda na Selic, é natural que os ativos de renda fixa tendam a render menos que nos últimos anos.

Por outro lado, o mercado de renda variável, como as ações e imóveis, tendem a ver uma maior migração dos ativos. Isso porque, além da renda fixa ter um menor custo de oportunidade, uma Selic menor estimula a economia, movimentando as empresas por trás desse mercado.

Sendo assim, é natural ver uma migração dos investimentos da renda fixa para a variável em momentos como esse.

Selic em queda: devemos nos preocupar?

Em um planejamento financeiro estruturado, a carteira de investimentos deve ter sua alocação dividida em duas partes: estratégica e tática.

A alocação estratégica envolve como seus investimentos estão montados de acordo com o perfil do investidor. Já a alocação tática são as pequenas variações para aproveitar momento de mercado.

O grande erro da maior parte dos investidores é ignorar qualquer tipo de alocação estratégica e querer movimentar toda a sua carteira de investimentos de maneira abrupta sempre que há uma mudança no cenário econômico/político.

Uma carteira de investimento deve estar focada sempre no longo prazo, afinal, trata-se do patrimônio de uma família. Isso envolve planos de curto, médio e longo prazo. Além disso, o perfil do investidor deve ser a base para essa carteira, independente do momento do mercado. Por isso, só após ter uma alocação estratégica bem montada é que o investidor deverá preocupar-se com o momento do mercado.

E a queda da Selic, como aproveitar?

Sem sombras de dúvidas, é natural que veremos o mercado de ações voltar a se aquecer nos próximos meses. Isso porque, o investidor acostumado com 1% ao mês buscará esses rendimentos em outros mercados quando não encontrar mais na renda fixa.

Porém, fazer isso sem acompanhamento profissional pode ser um risco maior do que não investir nesse mercado. Por isso, outras opções como títulos vinculados à inflação ou prefixados (que ainda estão bem cotados) podem ser uma forma de manter boa rentabilidade mesmo com a queda da taxa de juros.

No longo prazo, a consistência de uma boa carteira de investimentos entregará mais resultado que aproveitar momentos de queda, por isso, ser constante nos aportes e começar desde cedo fará com que o investidor colha bons frutos no futuro independente do momento que iniciar os investimentos.

 

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