No ano novo, cidades pernambucanas enfrentam problema antigo

Foto: Eduardo Oliveira/Prefeitura de Nazaré da Mata
O descarte correto e a coleta regular do lixo são questões centrais da administração pública. Se funcionam bem, passam despercebidos pela maioria da população. Mas quando deixam de funcionar, interferem diretamente no cotidiano de toda uma cidade. Afinal, se há lixo nas ruas é porque há falhas na condução da gestão municipal.
Esse assunto, o lixo, voltou ao centro do debate em Pernambuco após diversas cidades registrarem cenas que se repetem a cada mudança de governo. Falta de recurso, ausência de pagamento e fim de contratos são algumas das justificativas dadas para explicar um problema de gestão pública que já deveria ter sido superado. Sem coleta, o lixo não vai sair do lugar.
Em Nazaré da Mata, na Mata Norte de Pernambuco, um decreto (nº 03/2025) foi publicado declarando situação de emergência na limpeza pública e autorizando medidas imediatas, como a contratação de serviços e alocação de equipes técnicas. Anteriormente, a gestão municipal havia revelado dificuldades orçamentárias.
Para o consultor em gestão pública Laércio Queiroz, esse exemplo mostra o quanto a questão do lixo é deixada de lado. Um problema de ordem nacional.
"Na lei (nº 11.445/2007) que criou o Plano Nacional de Saneamento Básico, compete ao governo federal a elaboração de um plano nacional de resíduos sólidos. Os estados, os planos estaduais. E os municípios, os planos municipais e a execução. Cadê o dinheiro? A legislação brasileira praticamente não oferece condições para fazer com que investidores possam apostar em projetos que sejam de dar solução ao lixo", destaca.
Além de Nazaré da Mata, cidades do Grande Recife, como Paulista e Igarassu, também ficaram marcadas por lixo acumulado nas ruas. No caso de Paulista, que chegou a enfrentar greve dos trabalhadores da limpeza urbana no fim de 2024, houve atraso no pagamento da empresa terceirizada responsável pela coleta.
Já em Igarassu, o vínculo com a prestadora de serviços contratada chegou ao fim. De acordo com a prefeitura, a situação demandou uma força-tarefa da nova empresa selecionada para recolher o lixo. Laércio Queiroz reforça que esse é um problema antigo em todo o Brasil. Ainda assim, falta compreensão sobre a sua importância.
“Isso é uma praxe, exatamente porque não há o interesse para tratar do lixo, porque também não há, por parte de nenhum ente do governo, o comprometimento para resolver essa questão. O que é merecido e a população espera! Cada investimento do lixo reduz o custo de saúde, e não há essa compreensão”.
Em um mundo ideal, o debate poderia ser sobre quais as melhores soluções de reaproveitamento dos resíduos sólidos - ou ainda, iniciativas que apontassem para um futuro sustentável. Mas ainda lidamos com problemas de um passado muito presente. E no fim de tudo, o lixo está nas ruas.
Reportagem - Lucas Arruda
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