Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe são cidades com potencial econômico internacional

Foto: Divulgação
É no interior de Pernambuco que se costuram as roupas que vestem todo o Nordeste. Em Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste do Estado, a força têxtil trouxe à região o título de "Polo da Moda". Mas para romper fronteiras e internacionalizar os produtos das suas indústrias, o setor têxtil pernambucano se divide entre o forte potencial de exportação e ausência de condições fiscais que o coloquem em pé de igualdade com o mercado internacional.
Em Caruaru e Santa Cruz, as 1.113 empresas de confecção e as Feiras da Sulanca são responsáveis por gerar emprego e renda para a população local. Toritama, a Capital do Jeans, conta com 196 empresas e recebe milhares de visitantes que escolhem a moda local para se vestir. O que as três cidades têm em comum? Um potencial econômico internacional.
Feira da Sulanca em Caruaru — Foto: Elvis Edson
No entanto, os produtos do setor têxtil pernambucano enfrentam dificuldades para romper fronteiras. Competitividade e inovação são alguns dos impasses, como explica a coordenadora do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Sthefany Miyeko Nishikawa:
"É muito difícil você conseguir que o produto pernambucano chegue no mercado alvo com um preço competitivo por causa das nossas cargas tributárias. Isso é uma questão que impacta diretamente a concorrência do mercado asiático, em que a gente consegue encontrar produtos com valores muito mais competitivos. Além disso, a Colômbia também tem se destacado no mercado de jeans e se tornado um grande concorrente de Pernambuco".
Ainda assim, na tentativa de superar a adversidade e conquistar o seu espaço de expansão, Pernambuco promove feiras internacionais, rodadas de negócios e programas de internacionalização, em especial por meio do Centro Internacional de Negócios da Fiepe.
O fundador da empresa de confecção Rotadomar, localizada em Santa Cruz, Arnaldo Xavier, foi um dos empresários que buscou apresentar os seus produtos para todo o Brasil e até para outros países. Ele conta que já apostou no mercado internacional, mas precisou pausar o processo de expansão e não descarta a possibilidade de reatar no futuro.
"Nossa indústria não teria capacidade para atender a demanda internacional e até mesmo a nacional. A gente estava com uma demanda local grande e também existe uma grande força asiática, que para competir é mais complexo. Eu diria que esses foram os pontos que culminaram para que a gente pudesse dar um até breve nesse processo de exportação. Mas a gente não descarta voltar no futuro e começar a exportar as nossas roupas", contou Arnaldo.
Empresa Rotadomar
A exportação têxtil em Pernambuco é uma realidade que caminha em passos curtos, mas significativos. Em 2023, cerca de 1.988,373 toneladas de produtos foram exportados, representando 3,5% a mais em relação ao ano anterior. Neste ano de 2024, levando em consideração de janeiro a setembro, já são 746,314 toneladas exportadas. Os principais produtos incluem roupas de malha, jeans e itens de moda praia, moda fitness e moda íntima.
Sthefany Miyeko Nishikawa destaca que essa exportação é muito importante para o impulsionamento econômico de todo o Estado de Pernambuco:
“As exportações desses produtos têxteis têm ido principalmente para a América Latina e África. O impacto na economia local se deve pela grande empregabilidade que esse setor traz. No mercado internacional, a gente pode adquirir o aprimoramento da qualidade dos produtos em meio à competitividade, que faz com que as indústrias aperfeiçoem a produção dos seus produtos e também impulsionam o desenvolvimento regional e econômico do Estado”.
Ou seja, a moda pernambucana já possui os requisitos necessários para conquistar o mundo. É na economia, porém, que estão as principais barreiras.
Reportagem de Aline Melo, Lucas Arruda e Maria Luna.
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