Empresas responsáveis pelo navio impedido de atracar em PE, dizem que declaração de deputado é xenófoba
No último dia 16, o deputado entrou com Voto de Repúdio sontra a empresa SOK, responsável pela embarcação.

Foto: Reprodução / G1
A empresa reponsável pelo ex-porta-aviões Nae São Paulo, que está desde o início de outubro na costa pernambucana, sem permissão de atracar no Porto de Suape, se posicionou sobre a entrada com voto de repúdio, por parte do deputado estadual Waldemar Borges (PSB), contra a empresa.
No dia 16 de novembro, mediante as incertezas acerca da atracação do navio, o deputado divulgou o comunicado, onde estava escrito que "pelas mesmas razões - sejam quais forem - que as autoridades turcas e cariocas proibirem a sua entrada em seus portos, nós aqui em Pernambuco também não queremos esse navio em Suape". Ele afirmou que as autoridades do estado tem se mantido firme na situação, e chamou a tentativa de atracação uma "tentativa de invasão". O deputado finalizou pedindo para que a empresa volte "para suas terras".
As empresas turcas responsáveis pelo casco do porta aviões divulgaram nota repudiando o requerimento de Voto de Protesto. As empresas informam que o texto não apresenta conhecimento técnico sobre a situação e usa termos xenófobos. “O que está havendo é um total desconhecimento sobre o assunto e a intenção de colocar a opinião pública contra a empresa”, destaca o advogado especialista em Direito Marítimo, Zilan Costa e Silva. “Eu, como brasileiro, não vou aceitar nenhum ataque ao povo turco, e irei tomar todas as medidas judiciais contra isso", destaca.
Zilan explica também que o amianto presente no navio é presente em vários modelos mais antigos de embarcações. “Todos os navios construídos antes de 2011 possuem amianto. Quantos navios com amianto já foram atracados em Suape? Todos eles possuem 1.500 páginas de documentação? A única forma de tornar um navio/carro/construção livre de amianto é recicla-lo adequadamente. E é exatamente essa a função da SÖK: transportar o porta-aviões para um estaleiro onde ele será reciclado”, completa.
Confira:
“A MSK Maritime Services & Trading e a SÖK Denizcilik Ticaret Limited lamentam profundamente os comentários xenófobos proferidos pelo parlamentar pernambucano ao apresentar o requerimento de Voto de Protesto contra a empresa turca e que, consequentemente, atingem toda a população turca. De acordo com a Constituição Brasileira de 1988 xenofobia é crime, com punição ao agressor com multa e reclusão de um a três anos”.
Para que a embarcação possa voltar a seguir para seu destino na Turquia, é preciso que ele seja levado a um porto, onde possa fazer novas inspeções e consertos pontuais. Caso isso não aconteça, ele ficará na costa pernambucana indefinidamente, tal qual o graneleiro São Luiz que ficou abandonado na Baía de Guanabara e bateu na ponte Rio-Niterói. A proibição da atracação foi tomada após um laudo da Agência Pernambucana do Meio Ambiente apontar risco ambiental.
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