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Outubro Rosa

Fernanda mostra como a coragem e a fé são capazes de curar o câncer

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Por: CAROLINE RANGEL

Paciente, que curou o câncer de mama, é mais uma prova de que as chances de cura são reais, ainda mais quando o diagnóstico é tido no estágio inicial da doença

Paciente,  que curou o câncer de mama, é mais uma prova de que as chances de cura são reais, ainda mais quando o diagnóstico é tido no  estágio inicial da doença

Foto: Antônio Diniz

07/10/2019
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Por Antônio Diniz - Especial Outubro Rosa

O momento de descoberta do diagnóstico do câncer costuma ser impactante, devastador e, principalmente, desafiador, diante uma notícia que não quer ser recebida. Contudo, a história de Fernanda Pereira de  Lucena, de 45 anos, técnica de enfermagem do Hospital de Câncer de Pernambuco, mostra o contrário. Há nove anos, quando recebeu a notícia de que estava com câncer de mama, ela encarou de cabeça erguida e, mesmo passando por um momento tão difícil, se mostrou confiante, otimista e com muita fé em relação ao tratamento. Ela atribui essa coragem ao filho Arthur que, no momento do diagnóstico, tinha apenas quatro meses. “A mama estava normal, dando leite a ele, mas não sentia nada, só depois que eu voltei a trabalhar, que eu descobri, fiz uns exames, aí começou o tratamento. A primeira quimioterapia, quase que eu desistia, porque é uma sensação horrível e eu disse ‘meu deus não vou fazer isso mais não’, mas eu olhei pro meu filho assim de lado e disse: ‘vou fazer, mas por mim e pelo meu filho”, afirma.

Além do filho, é imprescindível mencionar a fé de Fernanda, que se mostrou inabalável e foi fundamental para que o tratamento fosse realizado com uma energia leve. Ela afirma que já sentia que tinha algo de errado com ela, mas que a gratidão não ia deixar de fazer parte da vida dela, independente da situação. “Quando eu recebi o diagnóstico, eu recebi naturalmente, porque eu já sentia dentro de mim que tinha alguma coisa que não prestava. Simplesmente, a médica me deu a notícia, aí sai daqui e fui  na capelinha do hospital para agradecer a Deus, porque eu sabia: se fosse bom, eu ia agradecer; se o resultado fosse negativo, eu ia agradecer do mesmo jeito, que foi o que eu fiz pra me dar forças e hoje estar aqui ajudando as pacientes hoje”, destaca Fernanda.

O tratamento dela durou 1 ano e 4 meses. Foi realizado através da quimioterapia, radioterapia, reposição hormonal e reconstrução da mama. Porém, para tornar a caminhada ainda mais desafiadora, ela descobriu uma gravidez durante o  tratamento. Hoje, ela comemora o fato da filha ter nascido com saúde. “Um milagre de Deus. A menina nasceu normal, as doutoras puxaram a minha orelha, porque eu fazendo tratamento, podia dar alguma coisa errado, ela podia ter nascido com algum problema congênito, mas está aí, com 7 anos, cantando vitória e mostrando que Deus existe, né?”, explana a situação. 

A paciente já trabalhava no HCP antes do diagnóstico e tomava as medidas preventivas com a frequência, que facilitou no momento do tratamento por ter descoberto o câncer num momento principiante. “Foram quatro sessões de quimioterapia e correu tudo bem, uma maravilha. Depois, a radioterapia foi razoável, ela não tem nenhuma reação forte, como a quimio. O outro, receptivo hormonal, tem reação com a primeira dosagem, mas eu tirei de letra. Depois de muito tempo, uns quatro anos depois, eu não tinha vaidade porque tinha só uma mama, eu queria ficar boa, queria ficar curada.A mama que foi tirada, pra mim, ficou pra lá, jogou fora e demorei a fazer a reconstrução. A cicatrização foi rápida, foi tudo uma maravilha, depois eu fiz a reconstrução e deu tudo certo, não tive reação nenhuma, foi só felicidade”, comemora a  técnica em enfermagem.

Fernanda passou por três momentos durante  a vida, que moldaram a atuação que ela possui hoje: ela teve vivência como técnica de enfermagem do HCP, depois passou a ser paciente do próprio local de trabalho e, hoje,  após ter vencido a doença, desempenha uma função fundamental no hospital, que vai muito além da enfermagem, ela tenta, diariamente, encorajar e dar força às pacientes como um exemplo próprio, que encarou, tratou e curou o câncer de mama. “Eu dou força a todas as mulheres que passam aqui. Quando recebem a notícia, elas ficam cabisbaixas, tristes, mas aí as médicas me chamam para mostrar que a vida dela não terminou aqui. Não é porque você recebeu que tá com câncer que vai morrer. Tem tratamento, tem a família, os doutores para ajudar e a gente aqui pra dar força. Eu falo, explico o que aconteceu comigo e sei que muitas saem tristes, mas quando voltam, depois da cirurgia, me agradecem por ter passado aquilo pra elas”, expõe a relação com as pacientes.

Como maior lição de  toda trajetória, Fernanda ressalta a força que todos os indivíduos possuem para superar os desafios que se encontram ao nosso redor. “Vale a pena a gente investir, fazer o tratamento, fazer tudo certinho, combinar com as doutoras e os doutores, porque tudo vai dar certo. A lição que eu tirei é que temos que ser fortes, guerreiras e preservar aquilo que a gente quer pra gente mesmo, que é viver e continuar a vida”, destaca e  faz uma alerta importante para todas as mulheres, principalmente as que se sentem impedidas pelos maridos: “Que as mulheres venham, façam a sua prevenção, não só a mulher como o homem também, mas principalmente as mulheres. Que elas venham, não escutem ninguém. Se tem alguém impedindo que não faça o exame, como tem marido que não deixa a mulher ir ao médico, porque ele vai examiná-la, deixem isso de lado e venham se tratar, porque a oportunidade tá aqui no Hospital do Câncer pra todo mundo. Que  homens deixem esse lado tão machista e passem a ajudar as mulheres e que elas sejam corajosas, guerreiras e busquem sempre a saúde” finaliza Fernanda.

Ao longo do mês você acompanha um série especial de matérias e entrevistas sobre o Outubro Rosa. Para conferir  a história de superação da paciente Fernanda Pereira, basta apertar o play acima.

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