Intenção de compra das famílias diminuiu em maio no Recife, aponta Fecomércio

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) do Recife apresentou queda de 0,6% em maio de 2025, atingindo 101,6 pontos, segundo dados do levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com recorte local elaborado pela Fecomércio-PE. Esse é o segundo recuo consecutivo no indicador, que permanece, contudo, acima da linha dos 100 pontos - que separa a percepção de pessimismo do otimismo quanto às condições de consumo.

De acordo com a pesquisa, a retração observada em maio reflete, principalmente, o desempenho negativo em itens como nível de consumo atual (-2,6%), acesso ao crédito (-1,8%) e aquisição de bens duráveis (-3,6%). Ainda que a percepção quanto à renda atual tenha apresentado variação positiva de 2,0%, não foi suficiente para reverter a tendência de acomodação do índice geral.

Para o economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, os dados de maio mostram um movimento de reavaliação das famílias diante do cenário de incerteza.

“A combinação de perda líquida de empregos formais e inflação, principalmente de alimentos e bebidas, reduz a confiança no curto prazo. No entanto, a perspectiva de consumo segue ligeiramente positiva (acima dos 100 pontos), o que indica que a intenção de compra pode reagir caso haja melhora nas condições de trabalho, crédito e redução inflacionária”.

A inflação, enquanto fator de pressão sobre o poder de compra das famílias, em abril, foi potencializada pelo grupo de alimentação e bebidas com uma alta de 0,64%, acumulando variação de 5,06% em 12 meses, acima da média geral. As famílias de menor renda são as que mais sofrem com a variação dos preços.