MPF arquiva investigação sobre relação entre Porto de Suape e ataques de tubarões em Pernambuco

O Ministério Público Federal (MPF) arquivou o inquérito que investigava a relação entre a construção do Porto de Suape e o aumento dos ataques de tubarões no litoral de Pernambuco. A decisão, assinada no dia 20 de março pela procuradora da República Mona Lisa Duarte Aziz, considerou que não é possível comprovar que o complexo portuário seja a causa direta ou única dos incidentes, embora a degradação ambiental provocada pela obra não possa ser descartada como um fator contribuinte.

A investigação, iniciada em 2013, reuniu especialistas do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH). Durante o processo, foram analisados estudos ambientais que já indicavam impactos na fauna marítima local. Apesar disso, o MPF concluiu que medidas de prevenção e monitoramento adotadas pelo Porto de Suape e por órgãos ambientais foram suficientes para encerrar o caso.

Desde 1992, Pernambuco registrou 77 ataques de tubarões em suas praias. O Porto de Suape, localizado em Ipojuca e próximo a áreas turísticas como Porto de Galinhas, começou a operar em 1983, nove anos antes do primeiro incidente documentado. Embora o MPF tenha arquivado a investigação, a procuradora reforçou a necessidade de ações contínuas de educação ambiental e prevenção para reduzir novos episódios.