Permissão de entrada de cruzeiros marítimos pode trazer impactos negativos para Noronha

Com a justificativa baseada na ampliação do turismo, o Governo Federal decidiu liberar a entrada de cruzeiros marítimos em Fernando de Noronha, um dos ecossistemas mais sensíveis de biodiversidade do País, administrado com forte rigor ambiental. Essa informação foi confirmada pelo senador Flávio Bolsonaro (sem partido - RJ), que esteve na ilha com o presidente da Embratur, Gilson Machado. Foi pontuado que além de abrir o arquipélago para receber os navios de grande porte, o governo também pretende instalar novos “recifes artificiais” na área, com naufrágio de embarcações em determinados locais para atrações de mergulho. 

O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, em entrevista ao CBN Recife, ressaltou que, no plano de manejo, guia onde estão estabelecidas as medidas que devem ser tomadas para garantir a preservação do patrimônio, aponta que o limite máximo de visitantes é de 85 mil pessoas por ano, regra que está sendo descumprida, já que mais de 100 mil turistas frequentam o arquipélago por ano. Bertotti acredita que a permissão da entrada de cruzeiro pode aumentar ainda mais o número de pessoas na ilha, gerando impactos negativos. “Quando você anuncia que vai receber um volume maior de pessoas, tem que pensar tanto no impacto ambiental, que pode prejudicar o equilíbrio ecológico do arquipélago, como vai receber essas pessoas, a parte do saneamento, transporte, aumento do fluxo de veículos e, evidentemente, também a visitação naqueles espaços que são frágeis e que são os principais  atrativos da ilha, que é exatamente um patrimônio da natureza”, aponta o secretário. 

Entenda melhor a situação através da entrevista completa com o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, disponível no play acima.