Pescadores e quilombolas protestam contra falta de auxílio e projeto que realoca comunidade

Pescadores e quilombolas do Litoral Sul de Pernambuco protestaram, nesta segunda-feira (04), na PE-60, interditando a rotatória que dá acesso ao porto de Suape, em Ipojuca. Entre as reivindicações está o pedido de inclusão de 89 pescadores artesanais no "auxílio-dragagem", benefício que pretende reduzir o impacto das dragagens na fonte de renda da comunidade. Outra solicitação é pela suspensão de projeto que prevê a realocação de uma comunidade quilombola para que o complexo portuário seja ampliado.

A dragagem do canal externo do Porto de Suape, de acordo com os manifestantes, prejudica o trabalho da comunidade. Em carta de reivindicações, o grupo afirma que as obras "vêm destruindo os ecossistemas marinhos, depositando sedimentos em área de manguezais (o ‘bota-fora’) e assoreando todo o litoral do Cabo do Santo Agostinho e de Ipojuca".

De acordo com o Porto de Suape, já existe um diálogo com representantes das colônias de pescadores do Cabo de Santo Agostinho e da comunidade quilombola Ilha de Mercês. E que representantes da empresa foram ao local do protesto para solicitar que fosse formada uma comissão "para estabelecer o diálogo e tentar encontrar uma solução para o impasse”. Pontuou, ainda, que o auxílio mensal está sendo pago a 377 pescadores, e que as 89 pessoas que ficaram de fora do benefício é porque não atenderam aos requisitos mínimos acordados entre as partes para que o auxílio fosse concedido.