São João 2024: quadrilhas juninas do Recife ajustam os últimos detalhes antes das competições
A Quadrilha Junina Tradição, do Morro da Conceição, no Recife, é uma das principais competidoras

Foto: Reprodução/ Quadrilha Junina Tradição
Com a chegada do mês de junho, Pernambuco se prepara para as festas de São João, uma das tradições mais aguardadas e celebradas em todo o Nordeste. Pelas ruas e casas, já é possível observar os adereços juninos começando a ocupar os espaços. Mas é bem verdade que algumas pessoas estão esperando pelo São João deste ano há alguns meses. Planeja daqui, ensaia dali, ajusta de lá, e, assim, seguem os últimos dias do ciclo preparatório das quadrilhas juninas pernambucanas, que logo mais entrarão em quadra para apresentar o trabalho de um ano inteiro.
Além dos ensaios abertos e concursos fora da capital pernambucana, o 38º Concurso de Quadrilhas Juninas do Recife é uma das principais competições dos grupos de todo o estado. No Sítio da Trindade, na Zona Norte do Recife, as eliminatórias do concurso já acontecem entre os dias 11 e 16 de junho.
Preparação
Uma das principais competidoras é a Junina Tradição: fruto do Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, com 20 anos de trajetória. Bicampeã nacional e pernambucana, a quadrilha tem estreia marcada para o próximo dia 8 de junho, e apresenta ao público em 2024 o “borogodó”. Quem explica todo o processo é o projetista da Junina Tradição, Anderson Gomes.
“Toda a equipe criativa que pensa casamento, coreografia, figurino, repertório musical, esse elenco se reúne antecipadamente, projeta as ideias, coloca na mesa, e desde agosto do ano passado há encontros mensais, que se intensificam em janeiro. Após o Carnaval há uma reunião entre esse elenco toda semana. Então, estamos falando de uma festa que tem gestação em torno de 9 a 10 meses para que um projeto, complexo como o nosso, possa tomar vida no mês de junho”, relata.
Descobrindo a dança
Tudo aquilo que é pensado pelos projetistas precisa ser entendido e bem executado por quem faz o espetáculo acontecer: os dançarinos, que dão vida aos personagens e fazem as histórias ganharem sentido.
A quadrilha Dona Matuta, do bairro de San Martin, na Zona Oeste do Recife, tem uma nova dançarina para o São João 2024. Larissa Vieira, de 27 anos, desfruta do universo da dança como iniciante. Recém chegada, ela conta que a paixão pela dança surgiu após ver, pela primeira vez, uma competição de quadrilha. Agora, oficialmente uma dama junina, Larissa conta as suas expectativas para a competição.
“Eu entrei na Dona Matuta sem a menor experiência de quadrilha. Não sabia mexer numa saia, eu não sabia dançar num salto. Mas tudo isso foi ensinado com muito carinho, com muita paciência para todas as damas que, além de mim, estão no ciclo junino pela primeira vez. É muito prazeroso! A gente vem trazendo um espetáculo lindo, com a história de um homem aguerrido, que, apesar de não ver com os olhos, vê com o coração”, conta.
Larissa Vieira, de 27 anos, é estreante na Quadrilha Junina Dona Matuta
Últimos ajustes
Mas para trazer as cores e fomentar ainda mais a alegria do São João, os figurinos, adereços e cenários têm que entrar na festa.
E nenhum detalhe pode ser deixado de lado antes de entrar em quadra, especialmente quando se leva em conta o visual de todo o grupo. Anderson Gomes e Joselito Costa, da Junina Tradição, têm a responsabilidade de dar sentido à festa e manter o legado de uma quadrilha supercampeã.
“A pasta de projetista da Junina Tradição se divide em dois artistas, Anderson Gomes e Joselito Costa. Neste período, que estamos a menos de dez dias da nossa estreia, nós dois nos dividimos com as pautas de trabalho, separamos o elenco artístico e lideramos outras equipes paralelas. Eu cuido da cenografia e adereços com a equipe de produção e staff - que coloca o espetáculo de maneira cênica e de adereços na quadra, e Joselito cuida dos textos que serão narrados durante o espetáculo. Então, é uma equipe conjunta, mas onde dois projetistas conseguem atuar em áreas diferentes para que neste período tudo que nós idealizamos há mais de dez meses consiga ganhar vida e ser entregue para a população”, afirma Anderson.
Legado
É com planejamento, muita dança e caracterizações encantadoras que a tradição junina se mantém viva. As quadrilhas são protagonistas de uma festa repleta de animação, disciplina e comprometimento. Mas especialmente, é a cultura que ganha com cada apresentação.
Ano após ano, as juninas se reafirmam como espaços de resistência, e ao mesmo tempo, inovação. Sempre tentando se reinventar e apresentar algo novo, diferentes gerações têm a missão de, em 2024, levar ao público recifense, pernambucano e quem por aqui passar um verdadeiro espetáculo. Por agora, fica a expectativa e a ansiedade para contemplar cada apresentação. Alavantú!
Ouça a matéria especial dos repórteres Lucas Arruda e Aline Melo no 'Play' acima
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