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São João de Petrolina: a tradição sertaneja que se reinventa na pluralidade

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Por: REDAÇÃO Portal

Em 2025, a expectativa é de que Petrolina receba cerca de 50 mil turistas dentro do período junino

14/06/2025
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Em 2025, a expectativa é de que Petrolina receba cerca de 50 mil turistas dentro do período junino

Foto: Deivid Menezes / Ascom PMP

O Sertão de Pernambuco é conhecido por belezas incomparáveis. A imensidão do Rio São Francisco, a resistência da caatinga, a força do povo, e claro, o São João! Em Petrolina, onde “na margem do São Francisco nasceu a beleza”, ganham destaque manifestações como os festivais de sanfoneiros e violeiros, que valorizam a potência da arte local com versos e rimas improvisados;  as apresentações espetaculares do Concurso de Quadrilhas; a Jecana do Capim, que homenageia o jegue, um fiel escudeiro da vida sertaneja; a Missa do Vaqueiro, onde as preces ecoam com histórias de luta e fortalecem a fé; além do Forró da Espora, que marca o coração do ciclo junino com muito pé-de-serra.

A professora petrolinense Juliana Cavalcanti relatou como funciona a atmosfera encantadora de eventos que, mesmo com propostas tão diferentes, se complementam perfeitamente. “A Missa do Vaqueiro aqui é um evento realmente muito especial para a cidade. Ele funciona lá na orla. É montado um palco bem grande, tem a missa logo cedo, e todos os vaqueiros se encontram lá para receber a benção do padre. É uma experiência fantástica. [...] E o Forró da Espora, aí você já viu… É aquele forró tradicional, pé de serra, com muitos sanfoneiros. O pessoal sai de lá, da festa do vaqueiro, e vem direto para o Forró da Espora.” 

Forró da Espora/Reprodução/TV Globo

Oficialmente, os festejos juninos começaram em Petrolina ainda no mês de abril, e para a estudante e moradora do município, Eshlley de Oliveira, vivenciar o ciclo junino na cidade é uma experiência única. “O São João de Petrolina é a época mais aguardada por aqui, e eu digo com propriedade que é um dos melhores do país. A energia, a movimentação que fica na cidade é surreal. É aquela famosa frase de que ‘só quem vive sabe’, entende?”, relatou. 

Além dos moradores do município sertanejo, turistas de várias partes do país também visitam a cidade para o São João, seja pelo Aeroporto Nilo Coelho ou atravessando a Ponte Presidente Dutra, que separa Petrolina, em Pernambuco, de Juazeiro, na Bahia. Em 2025, a expectativa é de que Petrolina receba cerca de 50 mil turistas dentro do período junino. O Secretário Executivo de Cultura de Petrolina, Cássio Lucena, explicou o que motiva o fenômeno dessa manifestação cultural em todo Brasil.

“Porque ele é multifacetado, ele é plural. É todo o combo onde a cultura tá pertencente. [...] A inserção dos aspectos culturais na festa junina e tradicional do São João traz ganho porque ela traz o resgate, o aquecimento da memória. Ela traz a responsabilidade cultural e social diante das instituições, pessoas e fazeres tradicionais.”, afirmou. 

Além dos festejos tradicionais, Petrolina também conta com shows de mais de 100 artistas nacionais no São João do Vale deste ano. Localizado no Pátio de Eventos Ana das Carrancas, o palco reafirma a diversidade com a presença de nomes como Wesley Safadão, Alceu Valença, Limão com Mel, Luan Santana, Jorge e Mateus, Dorgival Dantas, Nattan, e até mesmo o DJ Alok, e ainda o grupo Menos é Mais e o baiano Léo Santana.

Reprodução/ Emerson Leite

Para os artistas locais que produzem essas expressões culturais, como é o caso de Luís Santos, vice-presidente da quadrilha Junina Majestade de Petrolina, representar o município dessa forma é uma maneira de reafirmar suas raízes e identidades regionais.

“Muitos quadrilheiros passam o ano inteiro ensaiando para as apresentações de São João. As apresentações são o auge de todo esforço. Para o quadrilheiro, o São João é um momento de valorizar, de expressar a cultura nordestina, por meio da dança, da música, das roupas e dos elementos tradicionais. Participar de quadrilha é um ato de pertencimento, onde os dançarinos reafirmam suas raízes e reafirmam suas identidades culturais.”, relatou. 

Divulgação/Junina Majestade

É esse sentimento que faz com que Pernambuco tenha um São João forte de ponta a ponta, das margens do Rio Capibaribe, no Recife, até às margens do Rio São Francisco, em Petrolina.

Sonorização: Lucas Barbosa

Edição de Texto: Daniele Monteiro

Reportagem: Lucas Arruda

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