Catadores viram protagonistas na exposição ‘Heróis Invisíveis’ da Alepe

Fotografias, material educativo e Frente em Defesa do Cooperativismo jogam luz sobre importância dos trabalhadores que recolhem lixo e preservam o meio ambiente

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) inaugura nesta terça-feira (12), às 17h30, a Exposição ‘Heróis invisíveis’. O evento pretende dar voz aos catadores de materiais recicláveis e torná-los ‘visíveis’ diante do poder público e da sociedade. Também haverá a exibição de minidocumentário sobre a trajetória da categoria e em paralelo acontecerá o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Cooperativismo, às 17h.

A abertura da exposição será no hall superior do Edifício Governador Miguel Arraes da Alepe e contará com a presença de representantes dos catadores que aparecem nas fotos. Eles estarão à disposição para conversar com os visitantes. A produção da exposição teve o olhar e a sensibilidade dos fotógrafos e dos repórteres da Alepe.

Fotógrafos e jornalistas registraram por meio de imagens e textos histórias de luta da categoria por reconhecimento, direitos, conscientização e a busca por melhoria na qualidade de vida. Durante a exposição, haverá visitas de escolas públicas. Posteriormente,  as peças serão instaladas de maneira itinerante em escolas do estado para serem trabalhadas pedagogicamente em diferentes disciplinas.

Além das fotografias e da distribuição de um catálogo com conteúdo relacionado ao tema, o minidocumentário trará imagens e relatos sobre o trabalho e a vida dos catadores de recicláveis, mostrando as dificuldades enfrentadas e a importância da atividade que executam para a sustentabilidade e preservação ambiental. Ainda durante a exposição, haverá a distribuição de material educativo com orientações sobre o descarte correto do lixo e o impacto da atuação destes profissionais na natureza e na vida socioeconômica das pessoas e das cidades.

Valorização

Um trabalho sacrificante, muitas vezes realizado em condições insalubres e desumanas. Função cercada de preconceito e falta de reconhecimento. Os catadores de materiais sólidos prestam um serviço público importante para a redução do lixo, do reaproveitamento de materiais recicláveis e o combate à poluição. Uma profissão tão essencial para a preservação do meio ambiente, mas está longe do devido reconhecimento. 

Ao longo dos anos, esses heróis invisíveis vêm trabalhando sozinhos ou coletivamente ajudando na redução das emissões de gases poluentes, na preservação do meio ambiente e na saúde. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi um marco importante para o reconhecimento da atividade profissional, mas poucas mudanças favoráveis aconteceram na prática, na avaliação dos catadores. A remuneração pelos serviços prestados segue na pauta de reivindicação dos profissionais. Segundo a categoria, muito ainda precisa ser feito.

A partir de escutas sobre as demandas do segmento que a Alepe decidiu trabalhar na elaboração de projetos de lei sobre o tema. As propostas visam orientar o direcionamento de incentivos financeiros para a categoria, estimular as prefeituras a adotarem a coleta seletiva nos municípios e proibir a deposição de resíduos sólidos em áreas indevidas, como, por exemplo, os manguezais. 

Segundo o presidente da Associação de Catadores de Jardim Gramacho e idealizador do Movimento Nacional ‘Eu Sou Catador’, Tião Santos, a maior parte dos catadores ainda trabalha nos lixões sem garantias ou direitos trabalhistas. “Somente 5% estão inseridos nas cooperativas e 70% são mulheres. A reciclagem no Brasil nasce da pobreza e da exclusão social e não da consciência ou educação ambiental. Perante a população, o catador é invisível”, lamentou.

Para Tião, é importante que Pernambuco faça a inclusão socioeconômica dos catadores que retiram da reciclagem o seu sustento. “Ao participarmos de coleta seletiva prestamos um serviço público, embora pouquíssimas prefeituras paguem por essa atividade e construam galpões adequados. Não devemos ser vistos como um problema, mas como solução para o descarte correto dos resíduos sólidos”, pontuou.

Cooperativismo

Para fortalecer a atuação dos catadores, a Alepe instala no Plenarinho I do Edifício Miguel Arraes, a Frente em Defesa do Cooperativismo. Iniciativa do deputado Waldemar Borges (PSB), a proposta visa apoiar e articular a apresentação e a aprovação de proposições legislativas de interesse do segmento cooperativista. A ideia é ampliar o debate iniciado em 2002 quando a Casa contou a instalação de frente semelhante. 

Serviço:

Exposição de fotografias ‘Heróis Invisíveis’ 

Local:  Hall superior do Edifício Governador Miguel Arraes de Alencar/Alepe
Data - 12/09
Hora - 17h30

Lançamento da Frente em Defesa do Cooperativismo

Local - Plenarinho I do Edifício Miguel Arraes/Alepe 
Data : 12/09 
Hora: 17h