Haddad afirma que Lula poderá conversar com Trump sobre tarifas

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira (29) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá conversar diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de tarifas contra o Brasil. O ministro afirmou ainda que o contato direto entre os chefes de Estado exige uma preparação protocolar mínima.
“É papel nosso, dos ministros, justamente azeitar os canais para que a conversa, quando ocorrer, seja a mais dignificante e edificante possível”, declarou.
Haddad também apontou que a conversa precisa ser respeitosa, sem subordinação ou viralatismo.
“Tem que haver uma preparação antes para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam valorizados à mesa de negociação, não haja um sentimento de viralatismo, de subordinação”, enfatizou.
O ministro também afirmou que já é possível observar algum grau de abertura nas negociações. “Alguns empresários estão fazendo chegar ao nosso conhecimento que estão encontrando maior abertura lá, não sei se vai dar tempo até dia 1º”, contou.
“Estão ficando mais claros, agora, os pontos de vista do Brasil em relação a alguns temas que não eram de fácil compreensão por parte deles. A relação sempre foi amistosa entre os países, então não há razão nenhuma para que isso mude, deixar que temas alheios ao governo brasileiro sejam motivo para o recrudescimento, assim, de tensões”, completou o ministro.
Por outro lado, Haddad afirmou que o governo se prepara para cenários de imposição das tarifas. O governo elaborou um plano de contingenciamento, que foi formulado pelos ministérios da Fazenda; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; das Relações Exteriores; e pela Casa Civil.
Um dos cenários inclui um programa de manutenção do emprego com o mesmo propósito do que vigorou durante a pandemia de covid-19.
“Eu não sei qual é o cenário que o presidente vai optar”, afirmou o ministro da Fazenda, sem adiantar as medidas.
"O Brasil vai estar preparado para cuidar das suas empresas, dos seus trabalhadores e, ao mesmo tempo, se manter permanentemente numa mesa de negociação, buscando racionalidade, buscando respeito mútuo e estreitamento das relações", garantiu.
Com informações da Agência Brasil.