João Campos comenta aproximação entre Raquel Lyra e Lula

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Em entrevista concedida ao portal Uol, no último domingo (15), o prefeito do Recife, João Campos (PSB) falou sobre a aproximação entre a governadora Raquel Lyra (PSD) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. João afirmou que vê o movimento com "tranquilidade".
"O PSB já se posicionou de forma clara que terá candidatura em 2026 (em Pernambuco), assim como nós apoiamos o presidente Lula em 2022. Nós temos o vice-presidente da República e tem uma aliança histórica no estado construída entre os nossos partidos. Então, eu vejo isso [a aproximação] com muita tranquilidade", afirmou Campos.
"Eu vejo que o presidente Lula não está preocupado em eleição nesse momento. Ele está preocupado em governar o país. Então, eu acho que o tempo desse momento, principalmente do presidente Lula, é um tempo de governar e de tratar bem as pessoas, porque ele é uma pessoa civilizada", completou.
Ainda durante a entrevista, o prefeito avaliou o governo Lula e afirmou que o governo "é melhor do que as pessoas têm percebido". "O governo tem feito mais do que as pessoas têm percebido, em vários setores. Do agro, por exemplo, no qual você vê a quantidade de mercados que estão sendo abertos para exportação, no estímulo ao livre comércio e que fortalece crédito agrícola, plano safra, e tudo isso não canaliza [apoio ao governo]", disse.
Entretanto, segundo ele, o problema não é apenas a comunicação. "Não é só uma tarefa de comunicação. Isso é comunicação, gestão e política, o tripé de qualquer governo. Eu acho que, em cada uma dessas áreas tem pontos assertivos e pontos a serem corrigidos", afirmou.
Campos também avaliou o cenário eleitoral em 2026 para Lula e afirmou que o presidente deve buscar o apoio dos partidos de centro e formar uma frente ampla.
"O desejo é poder construir uma frente ampla e se aproximar do centro. Eu tenho batido muito nessa tecla, porque, se você pegar a posição mais extrema à esquerda e a mais extrema à direita, elas são minoritárias. A maioria do Brasil não está nem com uma ponta de um lado, nem com uma ponta do outro. Então ganhará quem fizer o debate correto com o centro. Não significa que você tem que convencer o centro de tudo. Não. Mas significa que você tem que ter uma agenda que o centro se sinta representado", explicou. E enfatizou que "se a esquerda não fizer, a direita fará".
Além disso, João destacou que o governo precisa sair da defensiva em relação à oposição e ditar a própria agenda. "O governo tem que construir a agenda, né? Eu acho que precisa ser mais proativo na construção de agenda, pra não ficar refém da agenda do que a oposição coloca. Quem faz a agenda é o governo. Você não precisa ir pelo caminho que seu adversário lhe convida. Então, você tem que fazer ao contrário, é convidar ele para o seu caminho. Então, se a gente leva para um debate mais racional, um debate mais técnico, um debate de coisas concretas, a chance de sair vitorioso é maior", disse o prefeito.