Opinião | Fogo na floresta

Recentemente, estive na região norte do país e não precisa ser ambientalista, nem estudioso das questões climáticas, para perceber o quanto tem sido danoso às investidas sem critérios, do ser humano com relação ao meio ambiente. Em um passado não muito distante, questões ambientais, eram vistas como algo restrito ao local, porém, com o avanço desenfreado, ganhou corpo o denominado “direito internacional do meio ambiente”, que caminha juntamente com a proteção internacional dos direitos humanos. Seguidos pela democracia, a alcunhada nova agenda internacional do século XXI, seu nascimento se deu principalmente por causa da globalização.

    O quadro internacional, provocado pelo fim da Segunda Guerra Mundial, contribuiu de maneira especial para a realização da Conferência das Nações Unidas que tratou sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro no ano de 1992. Portanto, não é fruto do acaso a escolha do Brasil, especificamente na cidade de Belém, para realização da COP no ano em curso, o que é lamentável, é justamente meses antes do evento, ser aprovado um projeto que demonstra a falta de espírito público e a motivação em não querer abroquelar nossas florestas. Mas o principal expoente do niilismo, embora tenha vivido em um continente e século bem distante do nosso, já alertara com relação às motivações.

Hely Ferreira é cientista político.