Opinião| Voando para o regresso

Depois de uma das disputas mais acirradas para o cargo de presidente da República Federativa do Brasil, ainda assistimos certa insatisfação com o resultado das urnas. Não precisa ser estudioso da política nacional para saber que aquele que tivesse a responsabilidade em governar o Brasil nos próximos quatro anos irá enfrentar um ferrenho patrulhamento e não rara às vezes, até de maneira irresponsável.

Fruto de um país divido, algo que não é de hoje, muitos acreditam que através de protestos poderá mudar algo inclusive o resultado eleitoral. Mas apesar de tudo isso, o Brasil continua vivo, não sei se eficaz, mesmo assim, continua. Os olhares no campo internacional se tornaram mais aguçado, depois da vitória do ex-presidente e agora presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Sua presença na Cop27, era aguardada com expectativa, acreditando ser possível encontrar alguns lampejos do que poderá ser o seu próximo governo, no que tange as questões ambientais. Ao se deslocar para o Egito, local onde ocorre o encontro, o presidente eleito utilizou um avião particular, cujo o proprietário não goza de postura republicana. Mesmo assim, o Senhor Luiz, acreditando que seu carisma sobrepuja qualquer adversidade, resolveu encarar o desafio. Ora, para quem experimentou toda sorte de ultraje nos últimos anos e conseguiu sair vitorioso das urnas, deveria no mínimo, pensar duas vezes, antes de entrar naquele avião. Mas os erros do presidente eleito não se limitaram ao deslocamento para o Congresso. Na sua equipe de transição de governo, fazia parte um integrante que segundo o Tribunal de Contas da União foi o responsável direto pelas peladas fiscais. Embora não estivesse sendo remunerado, sua presença sofreu duras críticas. Algo que se tivesse bom senso, teria sido evitado. 
 

Será que depois de todos os fatos ocorridos, os mesmos não foram suficientes para aprendizagem?

     P. S. Enquanto o prefeito participa da equipe de transição, Recife continua esburacada.

Olinda, 19 de novembro de 2022.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é cientista político.