Presidente da Câmara nega pautar anistia ampla, geral e irrestrita

Foto: Acervo da Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou em entrevista à GloboNews que não irá ceder à chantagem de pautar o projeto da anistia, proposto pela oposição durante a ocupação do Plenário da Casa na semana passada, mas também afirmou que não tem preconceito com nenhuma pauta. Segundo Motta, havendo maioria no Colégio de Líderes para votar a proposta (PL 2858/22), o tema pode ir ao Plenário.
Motta afirmou que não irá negociar as prerrogativas de presidente e lembrou que as exigências da oposição para desocupar a mesa do Plenário não entraram na pauta desta semana.
De acordo com o presidente, não há ambiente na Casa para uma anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro e acusados de planejar um golpe de Estado.
Ele disse que pode ser negociado um texto que revise as penas de alguns condenados e abrande o regime dos presos pelos ataques às instituições e tentativa de golpe. Segundo Motta, não é razoável conceder anistia a quem “planejou matar pessoas”.
“Há preocupação com pessoas que não tiveram papel central e que, pela cumulatividade das penas, tiveram penas altas, e em uma reavaliação das penas possam ir para um regime mais suave. Há uma preocupação com penas exageradas e isso, talvez, consiga unir o sentimento médio da Casa”, afirmou o presidente.
Motta afirmou ainda que a Câmara não possui "preconceito" com nenhuma pauta.
“Da mesma forma que tivemos a condição política de não ceder à chantagem dessa pauta, não podemos ter preconceito com pautas. As pautas devem continuar a ser trazidas, e o Colégio de Líderes decide se têm maioria para serem levadas ao Plenário ou não”, ponderou.
Motta afirmou que os eventos de 8 de janeiro foram muito graves e que o ambiente da Casa é que acontecimentos como esses, como a tentativa de golpe e a obstrução física do Plenário, não voltem a se repetir.
“Ninguém quer fazer nada na calada da noite, de forma atropelada, porque o que aconteceu em 8 de janeiro foi muito grave e muito triste para a nossa democracia”, disse o parlamentar.
Informações da Agência Câmara de Notícias