Presidente do PT Recife afirma que não acredita na possibilidade de palanque duplo em Pernambuco

Em entrevista concedida à Rádio Folha nesta quinta-feira (5), o presidente do PT Recife, Cirilo Mota, descartou a possibilidade de haver palanque duplo em Pernambuco nas eleições de 2026. Segundo Mota, o deputado João Paulo (PT), que faz acenos constantes à governadora Raquel Lyra (PSD), deve acatar a decisão do partido sobre apoios ao governo de Pernambuco. A tendência do partido é apoiar a candidatura do prefeito do Recife, João Campos (PSB).

“Ele [João Paulo] não vai ter nenhuma dúvida de que deve estar no palanque de Lula”, afirmou.

Cirilo também frisou que é importante distinguir a postura em diferentes contextos. Segundo ele, João Paulo, no momento atual do mandato, ocupa a liderança do PT na Alepe, onde tem adotado uma postura de diálogo com a governadora. Mota afirmou que o período eleitoral, portanto, teria outra dinâmica.

"Ele tem uma honestidade com o PT, que está acima dessa posição pessoal dele. Ele vai ter uma posição coletiva", disse Mota.

O dirigente petista lembrou que a aliança com PSB também se dá por razões tanto de natureza históricas quanto ideológicas. “Não só pelo processo histórico que ele [Lula] falou agora no Congresso Nacional, mas porque o PSB tem, dentro da sua composição ideológica, traços muito próximos ao que o PT defende", afirmou.

Cirilo disse que uma sinalização dessa proximidade seria a manutenção do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) na chapa de Lula em 2026. Segundo ele, esse movimento seria natural, mas que antecipar essa decisão poderia trazer instabilidade política. 

“Ele [Lula] não vai estabelecer uma crise política afirmando qual seria a posição de uma campanha eleitoral. Ele tem que falar enquanto governo. A campanha eleitoral ele vai falar em 2026”, explicou.