Secretário do Tesouro norte-americano pede reunião com Haddad

Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda
A Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos procurou o Ministério da Fazenda na última quarta-feira (31) para uma reunião sobre as tarifas. Nenhuma data ainda foi definida. O ministro Fernando Haddad e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, haviam se encontrado em maio, antes do tarifaço.
“A assessoria do secretário Bessent fez contato conosco ontem [quarta-feira, 30] e, finalmente, vai agendar uma segunda conversa. A primeira, como eu havia adiantado, foi em maio, na Califórnia. Haverá agora uma rodada de negociações e vamos levar às autoridades americanas nosso ponto de vista”, declarou Haddad nesta quinta (31).
“Nós estamos em um ponto de partida mais favorável do que se imaginava. Mas longe do ponto de chegada. Há muita injustiça nas medidas que foram anunciadas ontem”, completou o ministro.
Cerca de 700 produtos ficaram de fora da lista do tarifaço de 50% contra o Brasil. Segundo estimativas, 43% dos valores exportados para os Estados Unidos ficaram de fora do tarifaço. No setor mineral, cerca de 25% dos produtos foram taxados.
Mesmo com as exceções, Haddad explicou que, em alguns setores, o impacto é grande. “Há casos que são dramáticos, que deveriam ser considerados imediatamente. Nós vamos lançar parte do nosso plano previsto para ser lançado nos próximos dias de apoio e proteção à indústria e aos empregos”, disse.
Segundo o ministro, o governo está estruturando um plano de contingenciamento para as empresas que sofrerem com os impactos do tarifaço. As medidas deverão ser anunciadas nos próximos dias.
Haddad mostrou preocupação com setores menores que foram afetados. "Tem setores que, na pauta de exportação, não são significativos, mas o efeito sobre eles é muito grande. Às vezes, o setor é pequeno, mas é importante para o Brasil manter os empregos”, explicou.
O ministro salientou que, mesmo em setores grandes, como o de commodities, será necessária uma adaptação.
“Obviamente, tem setores afetados cuja solução de curto prazo é mais fácil porque se trata de uma commoditie que o Brasil tem muitos mercados abertos, mas, ainda esses, vão exigir algum tempo de adaptação. Você não muda um contrato de uma hora para outra. Temos que analisar caso a caso e vamos ter as linhas [de crédito] para isso”, afirmou.
Com informações da Agência Brasil.