Trump: “Lula pode falar comigo no momento que quiser”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (1º) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ligar para ele "quando quiser".
A declaração foi dada em resposta a uma pergunta da repórter Raquel Krähenbühl, da TV Globo, sobre a possibilidade de diálogo entre os dois líderes.
Questionado sobre a tarifa de 50% aplicada contra produtos brasileiros, o republicano não deu detalhes, mas afirmou: "As pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada".
Apesar da crítica, Trump disse que "ama o povo do Brasil" e evitou antecipar qualquer medida. "Vamos ver o que acontece", afirmou.
No início da semana, o blog do jornalista Gerson Camarotti revelou que interlocutores afirmaram que Lula estava disposto a ligar para Trump, desde que fosse atendido pelo presidente americano.
Já em entrevista ao jornal The New York Times, publicada na quarta-feira (30), o presidente brasileiro afirmou que ninguem nos EUA "quer conversar" sobre o tarifaço.
Durante a semana, fontes do Planalto afirmaram que os canais com a Casa Branca estão fechados e que o governo enfrenta dificuldades para estabelecer uma ponte direta com o núcleo político do governo Trump.
Na quarta-feira (30), Trump assinou uma ordem executiva que prevêa imposição de uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA. As novas tarifas entram em vigor no dia 6 de agosto. O presidente americano já havia enviado uma carta a Lula, no início de julho, anunciando a medida.
Segundo a Casa Branca, a medida foi motivada por práticas do governo brasileiro que estariam prejudicando empresas americanas, violando a liberdade de expressão de cidadãos dos EUA e comprometendo interesses estratégicos do país.
De acordo com o governo americano, essas práticas foram implementadas via Poder Judiciário, com ordens que forçaram empresas a entregar dados de usuários, alterar políticas de moderação de conteúdo e censurar discursos políticos.
A medida que oficializou o tarifaço foi assinada no mesmo dia em que o governo dos EUA sancionou o ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnisysky, usada para punir autoridades estrangeiras por violações de direitos humanos.
Segundo o governo americano, todos os eventuais bens de Moraes nos EUA estão bloqueados, assim como empresas associadas a ele.
O ministro também está proibido de realizar transações com cidadãos e companhias americanas — como usar cartões de crédito de bandeira dos EUA, por exemplo.