Após redução de 90% de repasses do SUS, Hospital de Câncer em Pernambuco pode suspender tratamentos
De acordo com a instituição, desde a publicação da portaria, R$ 1,3 milhão foram perdidos por mês

Foto: Thalles Ximenes/HCP
O Hospital de Câncer de Pernambuco, referência no tratamento da doença no Brasil, pode deixar de oferecer tratamento para especialidades como cabeça e pescoço, e ortopedia oncológica. Isso porque, com a portaria Nº 1.081, de 06 de dezembro do ano passado, protelada pelo Ministério da Saúde, o valor de ressarcimento repassado através do SUS ao HCP e a outros hospitais filantrópicos no país, reduziu em até 90%.
De acordo com a instituição, desde a publicação da portaria, R$ 1,3 milhão foram perdidos por mês, totalizando mais de R$ 5 milhões até o fim de março. O HCP recebe 72% da demanda estadual de ortopedia oncológica. Quando observados os serviços de cabeça e pescoço, esse número chega a 81%, e sem o repasse, o serviço fica inviável, como destaca o superintendente geral do hospital, Sidney Neves.
"A mudança dessa portaria trará impactos para o Hospital de Câncer de Pernambuco, no sentido de diminuir o faturamento do hospital referente as especialidades que utilizam dela para produção cirúrgica. Na sua maioria, cabeça e pescoço e ortopedia. Com essa redução, a gente vai perder força para o pagamento mensal dos nossos custos, dos valores dos materiais e medicamentos", afirmou o superintendente.
Sobre o Hospital de Câncer de Pernambuco
Fundado pela Sociedade Pernambucana de Combate ao Câncer (SPCC) em 1945, o Hospital de Câncer de Pernambuco é uma instituição privada e sem fins lucrativos, com foco no diagnóstico e tratamento de pacientes oncológicos, exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O hospital também necessita de doações para manter o atendimento, sendo um importante produtor de conhecimento científico em diversas áreas de pesquisa sobre câncer.
De acordo com o DATASUS/2023, mais de 15 mil cirurgias são realizadas por ano na instituição, que também conta com uma demanda anual de aproximadamente 230 mil consultas médicas oncológicas, atendendo a demandas de todas as regiões de Pernambuco.
O que pode acontecer
Sidney Neves, superintendente do HCP, acredita que essa situação se resolverá antes de 1° de junho.
"A gente acredita muito na parceria que temos com a Secretaria, com o Governo. Mas caso aconteça, o que eu não acredito, de a gente não chegar num conseço de resolução dessa portaria, novas cirurgias oncológicas de cabeça e pescoço não seriam admitidas. E aqueles pacientes que estão em tratamento conosco, seria dado continuidade normalmente".
Procurada pela reportagem da CBN Recife, a Secretaria de Saúde de Pernambuco não se pronunciou sobre o caso.
Ouça a matéria do repórter Lucas Arruda no 'Play' acima.
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