Extraindo sorrisos: mais de 530 mil pernambucanos foram ao dentista pela primeira vez em 2024
Acompanhamento odontológico regular deve estar alinhado a uma correta higienização bucal em casa

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
A prática de visitar o dentista apenas quando surgem sintomas se tornou comum ao ponto de ser um ato cultural. No entanto, abandonar esse comportamento evitaria uma série de problemas, desde mau hálito e dentes amarelados até cáries e tártaros, que, se não tratados, podem evoluir ao ponto de uma extração dentária. Mas a ausência de educação e conscientização sobre saúde bucal faz com que muitas pessoas procurem o dentista apenas para a solução de um problema já desenvolvido, e raramente para prevenção.
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que mais de 20 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista. O Conselho Regional De Odontologia (CRO), afirma que 537.733 mil pernambucanos, entre crianças e idosos, foram ao dentista pela primeira vez apenas em 2024, levando em consideração de janeiro a julho.
Mas o professor de odontologia da Universidade de Pernambuco (UPE) e especialista em periodontia, Renato Vasconcelos, destaca que pessoas que não vão regularmente ao dentista estão mais vulneráveis a se deparar com problemas de saúde bucal:
“Os problemas mais frequentes em pessoas que não vão regularmente para consultas odontológicas são a cárie e as doenças periodontais, que atingem as estruturas que sustentam o dente na boca. Dentre essas condições, as mais comuns são a gengivite e a periodontite. A periodontite seria um quadro mais grave, mais evoluído, que pode, em último caso, levar à perda do dente”, explicou o especialista.
O acompanhamento odontológico regular deve estar alinhado a uma correta higienização bucal em casa, desde a infância. A psicopedagoga Georgia Feitosa explica que essa instrução pode ser dada às crianças de modo lúdico, por meio do que a especialista chama de “jogo da imitação”:
“Não é pegar os utensílios utilizados na vida real e utilizá-los na brincadeira, mas sim ter os objetos específicos da brincadeira. Exemplo: geralmente as crianças têm algum boneco ou urso de pelúcia. Então, o ideal é incentivar brincadeiras em que aquele bonequinho tenha uma rotina de higiene para que a criança entenda como fazer na vida real. A criança vai escovar, limpar, higienizar e passar fio dental. Posterior a esse jogo de imitação, esse jogo vai ser utilizado na vida real. Os instrumentos de higiene não podem ser vistos como algo intocável, mas como algo manipulável de forma tranquila e agradável para que possa auxiliar essa criança em torno da higiene bucal”, explicou Geórgia.
A PNS 2019 também indicou que 8,9% dos brasileiros já perderam todos os dentes, que é um dos piores cenários da saúde bucal. Para lutar contra esse número, é fundamental prezar pelo acompanhamento profissional e por boas condições de higiene bucal. É por isso que investir nos cuidados de prevenção segue como melhor remédio.
Ouça a matéria da repórter Aline Melo no 'Play' acima.
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