Instituto homenageia Capiba no Centro do Recife; ambiente será dedicado à preservação de sua obra

Um dos nomes mais importantes da música brasileira, o pernambucano Capiba, que morreu em 1997, vai ganhar oficialmente um instituto dedicado inteiramente a preservar, divulgar e valorizar sua trajetória e produção artística. O Instituto Capiba será inaugurado, nesta quinta-feira (10), no Edifício Capiba, sede do Banco do Brasil na Avenida Rio Branco, no Recife Antigo, onde o próprio compositor trabalhou por muitos anos, enquanto criava algumas das mais marcantes músicas do repertório nacional.

Reconhecido por uma obra que percorre gêneros como frevo, maracatu, valsa, samba, baião, ciranda, música de concerto, entre outros, Lourenço da Fonseca Barbosa — conhecido como Capiba — agora tem sua herança cultural formalizada por um grupo multidisciplinar composto por musicólogos, restauradores, antropólogos, advogados e produtores culturais. O instituto nasce com o objetivo de preservar um vasto acervo com mais de 11 mil partituras, 4 mil fotos, objetos pessoais, discos, livros, recortes de jornais e o piano C. Bechstein que ele usava para compor boa parte de sua obra.

A fundação do Instituto Capiba também dá início às celebrações dos 120 anos de nascimento do artista, que serão comemorados ao longo de 2025. Entre as primeiras atividades previstas estão o lançamento de um site com partituras digitalizadas, ações educativas e culturais, além da abertura gradual do acervo para visitação pública.

Capiba teve suas músicas interpretadas por grandes nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso, Elza Soares, Maria Bethânia, João Bosco, Ney Matogrosso, Alceu Valença, Luiz Gonzaga e Lia de Itamaracá, entre mais de 170 artistas. Sua carreira atravessou o século 20 com uma combinação singular de sofisticação melódica e apelo popular. 

O evento de inauguração, reservado a convidados, começa às 16h no Ponto BB — uma agência do Banco do Brasil que integra atendimento, tecnologia, cultura e colaboração no Edifício Capiba. A escolha do espaço reforça o elo afetivo entre o músico e a instituição onde trabalhou e se tornou uma figura lendária, não apenas pelo talento, mas também pelo carisma. A cerimônia contará com apresentações musicais de grupos convidados, declamações de poemas inspirados em sua obra e uma mostra de imagens digitais.