De janeiro a junho, foram 1.943 casos atendidos pelo SAMU Metropolitano na capital pernambucana

Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR
Quedas, choques, queimaduras, afogamentos e até sufocamentos são algumas das causas que entram para classificação de acidente doméstico. No Recife, os atendimentos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Metropolitano a essas ocorrências aumentaram 5,7%, comparando o período de janeiro a junho de 2024 e 2023. Só neste ano houve necessidade de envio de ambulância a hospitais da Região Metropolitana do Recife (RMR), em todas as faixas etárias, em 1.943 ocasiões.
Considerando o São João, quando os acidentes com fogo e explosivos costumam ter maior incidência, entre maio (320) e junho (352), o SAMU realizou 10% a mais de atendimentos apenas na capital pernambucana, e em todos os meses houve mais de 300 acionamentos.
O Dr. Leonardo Gomes é coordenador do SAMU Metropolitano Recife. Ele ressalta o impacto do período junino para aumentar o número de acidentes domésticos.
“Esse ano nós já estamos próximos a 2000 acidentes, e junho figura entre os meses de maior atendimento. Lógico que por conta da nossa cultura, a gente acaba se expondo, as pessoas também misturam algo de manuseio de fogos de artifícios. Felizmente esses acidentes tem diminuído, mas acontece sim uma pequena subida”, pontua.
Dr. Leonardo também explica como ocorre a definição de para onde os pacientes costumam ser encaminhados, dada a gravidade da situação.
Preferivelmente, a gente tenta respeitar a geografia do fato. Um paciente que se acidenta na região da cidade que tenha próximo uma UPA ou uma policlínica municipal, tentamos levar para aquela unidade, para respeitar a proximidade do fato até o local de atendimento. Muitas vezes isso não é possível, dada a superlotação das unidades de saúde. As urgências e emergências estão bastante cheias! Então, às vezes a gente pode pegar um paciente na região norte da cidade e ter que levar, por exemplo, para o Ibura (Zona Sul), em que a unidade está aberta. Outra coisa também considerada é a energia do acidente”, afirmou.
Cuidados
Dados de 2022, divulgados pelo Ministério da Saúde (MS) no ano passado, preocupam ao mostrar que acidentes domésticos estão entre as principais causas de mortes de crianças e adolescentes, entre 0 e 14 anos, no Brasil. Foram cerca de 23 óbitos por dia em 2022 nessa faixa etária, totalizando mais de 8,6 mil ocorrências.
Dr. Leonardo Gomes aponta que cuidados são necessários em todas as idades, mas especialmente com relação aos jovens e aos idosos, que demandam um pouco mais de atenção.
“O acidente doméstico é permanente nas pessoas idosas, porém, na época das férias escolares acaba tendo um maior número de crianças envolvidas. A pessoa que se depara com um acidente vai testar a consciência do paciente, ver se a pessoa está acordada, desacordada, se precisa de ajuda, se tem algum sangramento externo ou se está com muita dor.
Visto isso, ele vai ligar o 192, se identificar e identificar a pessoa, se ele conhecer, e passar o endereço correto de onde aquele fato aconteceu. A gente sempre pede que a pessoa se mantenha calma e espere a chegada do SAMU.
Não raro nós encontramos fraturas, ferimentos com sangramento, cortes, então tudo isso deve ser tratado no ambiente minimamente de UPA ou até mesmo de um hospital”, ressalta.
Procurada pela reportagem da CBN Recife, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) afirmou que, devido a abrangência da classificação de acidentes domésticos, não é possível precisar quantos casos desse tipo são registrados em todo o estado. E explicou que, uma vez que a entrada é feita nas emergências de cada unidade hospitalar, as situações são designadas para as alas específicas, como pediatria e traumatologia.
Ouça a matéria do repórter Lucas Arruda no 'Play' acima
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