Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Ditadura realiza agenda no Recife

O Recife recebe nesta semana a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Ditadura, em ação que vai percorrer cemitérios no país para buscar e identificar remanescentes humanos de vítimas da ditadura militar. 

Nesta semana, o colegiado, que foi retomado desde o ano passado, tem realizado, no Grande Recife, um levantamento para identificar possíveis locais de inumação, ocultação ou destruição de corpos. 

Nesta quinta-feira, a Comissão visitou o Memorial da Democracia de Pernambuco Fernando de Vasconcellos Coelho, no bairro de Casa Amarela, pela manhã. Neste momento, o grupo cumpre agenda em uma audiência pública na sede da OAB-PE, para dialogar com a sociedade civil e as autoridades sobre os trabalhos desenvolvidos no estado.

No fim da tarde, acontece um ato de inauguração do busto em homenagem à desaparecida política, Soledad Barrett Viedma acontece no Monumento Tortura Nunca Mais, localizado no área central do Recife.

 Nascida no Paraguai, Soledad veio ao Brasil após seu companheiro brasileiro, José Maria Ferreira de Araújo, ser morto pelos militares em 1970, em São Paulo. A militante se filiou à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e participou da luta armada em Pernambuco. Foi morta pelo regime militar no município do Paulista, em 1973, depois de ser delatada pelo seu então namorado, José Anselmo dos Santos – conhecido como “cabo Anselmo", agente duplo da ditadura.

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Ditadura foi criada há 30 anos, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. No entanto, o grupo foi extindo no penúltimo dia de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas foi retomado no Governo Lula. 

Com o retorno da Comissão, integrantes da última composição, incluindo a presidente Eugênia Gonzaga. A filha de Rubens e Eunice Paiva, Vera Paiva, também faz parte do colegiado.