Detento líder de esquema de corrupção no Presídio de Igarassu esteve ilegalmente em velório
A informação foi declarada durante depoimento de um dos denunciados pelo MPPE

Foto: Reprodução/Redes Sociais
A denúncia oferecida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) à Justiça quanto ao homicídio do ex-policial militar Heleno José do Nascimento, conhecido como Júnior Black, aponta que o presidiário Lyferson Barbosa da Silva, ligado a um esquema de corrupção no Presídio de Igarassu, saiu da unidade para ir a um velório em julho de 2023, sem autorização legal.
O velório em questão foi o de José Marcelo Coelho da Silva, conhecido como Olho de Gato - morto por Júnior Black em Parnamirim, no Sertão de Pernambuco, quatro dias antes de o ex-policial militar ser alvejado, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, como retalização. Em Parnamirim, Cristian Fernandes de Oliveira também foi assassinado durante confronto.
Pela morte do ex-PM Júnior Black e de uma mulher de 54 anos, vítima de bala perdida, o MPPE denunciou 11 pessoas, incluindo o presidiário Lyferson Barbosa da Silva, que seria braço direito de José Marcelo (Olho de Gato). A informação de que Lyferson esteve no velório dele, em 15 de julho de 2023, no Cemitério de Santo Amaro, no Centro do Recife, foi declarada em interrogatório por um dos acusados: o ex-militar Ednaldo Adolfo de Souza (Capitão Ferraz). Na data em questão, o detento já cumpria pena no Presídio de Igarassu.
Na denúncia, também consta que a vingança contra o ex-policial militar Júnior Black foi definida por Lyferson, Capitão Ferraz e outros dois comparsas durante o velório, e a participação do presidiário se deu pelo fornecimento de armas de fogo e dinheiro. "Tal possibilidade de saída de unidade prisional, sem registros, foi apontada pela autoridade policial como decorrente das relações promiscuas estabelecidas entre detentos, com certo poder no mundo do crime, com agentes penitenciários", aponta o texto.
Operação La Catedral
Lyferson Barbosa da Silva foi um dos alvos da Operação La Catedral, em 25 de fevereiro, deflagrada pela Polícia Federal (PF). Segundo as investigações, Lyferson agia como líder no pavilhão onde cumpria pena, no Presídio de Igarassu, tendo contato direto com o ex-diretor da unidade prisional, Charles Belarmino de Queiroz, e com policiais penais.
Sob a tutela do presidiário, apontado pela PF como chaveiro, os detentos do pavilhão onde ele estava tinham acesso a bebidas alcoólicas, drogas, garotas de programa e telefones; e em troca, os agentes penais aceitavam transferências via Pix.
O esquema também envolveu o ex-secretário executivo de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernabuco, André de Araújo Albuquerque, preso na segunda fase da operação La Catedral, deflagrada em abril.
Desde 2024, o presidiário cumpre pena na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para onde foi transferido.
Procurada pela reportagem da CBN Recife, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP) afirmou que não vai se pronunciar sobre o caso, que continua sob investigação da Polícia Federal.
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