Educação inclusiva em Pernambuco enfrenta carência de profissionais e estrutura, aponta TCE-PE

Um levantamento do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) revelou um panorama preocupante da educação inclusiva na rede pública estadual e municipal. Segundo os dados, 87% das escolas públicas têm estudantes neuroatípicos matriculados, sendo mais da metade deles autistas, totalizando 9.070 alunos. No entanto, apenas 52% dos diretores conseguem oferecer o Atendimento Educacional Especializado (AEE) a todos os estudantes que necessitam desse suporte, serviço essencial para eliminar barreiras no processo de aprendizagem.

O estudo abrangeu 828 escolas em 13 municípios pernambucanos e ouviu cerca de 11 mil profissionais da educação. Entre os principais obstáculos relatados estão a falta de professores especializados (39%) e a ausência de espaços físicos adequados (34%). Além disso, 57% dos diretores afirmaram não contar com profissionais de apoio em número suficiente, o que deixa pelo menos 3.545 alunos neuroatípicos sem acompanhamento especializado.

Outro dado preocupante é a falta de preparo dos profissionais de apoio: 57% declararam não ter capacitação para a função, e 69% afirmaram não manter contato com profissionais da saúde no atendimento às crianças. Apenas 16% realizam esse acompanhamento de forma permanente. O TCE-PE encaminhará os resultados às secretarias de educação e saúde, além dos Ministérios Públicos Federal e de Pernambuco, como subsídio para a criação de políticas públicas que garantam uma educação mais inclusiva no estado.