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Praça do Arsenal, no Recife, passa por obra para resgate do projeto de Burle Marx


Por: REDAÇÃO Portal

A área já está isolada e os serviços devem ser concluídos até 15 de outubro, segundo a prefeitura

25/07/2025
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A área já está isolada e os serviços devem ser concluídos até 15 de outubro, segundo a prefeitura

Foto: Divulgação/Emlurb

A Praça do Arsenal, no Bairro do Recife, passa por obras de requalificação para dar uma leitura contemporânea ao projeto original do paisagista Roberto Burle Marx. Originalmente Praça Artur Oscar, o espaço público é de 1934, e de acordo com a prefeitura, ao fim das intervenções, estará mais acessível e acolhedor para os frequentadores. A área já está isolada e os serviços devem ser concluídos até 15 de outubro.

A obra, coordenada pelo Recentro e pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), faz parte das ações do empreendimento Moinho Recife. O projeto foi elaborado pela equipe de arquitetura da Emlurb, com consultoria do Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que contribuiu com levantamentos históricos e registros iconográficos da praça. Segundo a prefeitura, mesmo considerando as transformações urbanas do entorno ao longo do tempo, a intervenção preza pelo respeito ao patrimônio histórico.

Foto: Divulgação/Emlurb - Projeto da Praça do Arsenal

Entre os principais destaques do projeto está a retomada de um grande jardim central com espécies de restinga, adaptadas à salinidade e representativas da vegetação nativa brasileira. O novo canteiro ocupará o lugar da fonte instalada nos anos 1970, que descaracterizou o projeto original, e será contornado por uma mureta de alvenaria revestida em granilite.

A requalificação também prevê a instalação de bancos de concreto contemporâneos com bordas arredondadas junto às árvores mais antigas, reinterpretando os assentos circulares utilizados por Burle Marx para proteger a vegetação recém-plantada. As espécies já presentes no local, como oitizeiros, castanholas e palmeiras imperiais, serão preservadas e incorporadas ao novo paisagismo. 

Foto: Divulgação/Emlurb - Projeto da Praça do Arsenal

Com o nivelamento da praça, a circulação de pedestres será ampliada e o olhar poderá atravessar a paisagem, revelando o casario histórico do entorno, como idealizado originalmente. Para isso, serão removidos gradis, escadarias, rampas e portões, e a atual pavimentação em pedra portuguesa dará lugar a placas de concreto liso, tornando o espaço mais acessível, acolhedor e integrado à paisagem urbana.

Outros elementos contemporâneos também serão incorporados, como lixeiras com acabamento em madeira, bicicletário e novo sistema de iluminação pública, para tornar o ambiente mais seguro, funcional e convidativo. O busto do Almirante Tamandaré, hoje no centro da praça, será transferido para o Quartel da Marinha.

Para o arquiteto Celso Sales, Superintendente de Paisagismo da Diretoria Executiva de Projetos e Obras da Emlurb, a proposta vai além da requalificação física do espaço. “O objetivo é oferecer aos recifenses e visitantes uma praça mais acessível, acolhedora e em sintonia com o pensamento de Burle Marx, referência internacional no paisagismo moderno. A retomada do conceito original da praça buscou melhorar a qualidade do uso cotidiano e estimular a permanência, além de atuar como ferramenta de preservação da memória urbana e de educação patrimonial”, afirma.

Comitê Burle Marx

Foto: Arquivo Gilda Pini, por Gustavo Maia

A Praça do Arsenal integra o conjunto de 15 jardins históricos do Recife projetados pelo paisagista Roberto Burle Marx (1909–1994), oficialmente reconhecidos pelo Decreto Municipal nº 29.537, de 23 de março de 2016. Além da Praça Artur Oscar (Arsenal), fazem parte da lista: as praças de Casa Forte, Euclides da Cunha, República, Jardim Campo das Princesas, Derby, Salgado Filho, Faria Neves, Pinto Damaso, Entroncamento, Chora Menino, Maciel Pinheiro, Dezessete, Jardim da Capela da Jaqueira, e os largos da Paz e das Cinco Pontas. 

A preservação desses espaços públicos é acompanhada pelo Comitê Burle Marx, formado por representantes da Prefeitura do Recife, da sociedade civil e de instituições como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE), a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e o Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

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