São João: Caruaru espera movimentar quase R$ 700 milhões até o fim do período junino

O São João é a manifestação cultural mais importante e diversificada do Nordeste brasileiro. A festa é tão representativa para o nordestino que a região se dá ao luxo de ter duas cidades disputando o título de ‘Maior São João do Mundo’: Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande, na Paraíba. 

Do lado pernambucano, Caruaru vive o espírito junino desde abril, com o São João na Roça. Ou melhor, desde que o São João do ano passado acabou. É o que explica o presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, Hérlon Cavalcanti.

“Nós já lançamos o edital do São João de 2025 no dia 13 de dezembro de 2024, data em que se comemora o o aniversário do mestre Luiz Gonzaga e o Dia Nacional do Forró. Em janeiro a gente já tem todas as pessoas que vão entrar na programação, por meio de uma comissão que é formada pelo Conselho de Cultura da Sociedade Civil e da Fundação de Cultura. E no dia 19 de março lançamos as grades dos 27 polos. O artista já sabe onde vai tocar, quanto vai receber, o horário, o local. Então, é um planejamento feito um ano antes justamente para que possa ter a qualidade da festa”, relatou.

Toda essa preparação permite que o ciclo junino da Capital do Agreste alcance números expressivos do ponto de vista da economia e do turismo. Para 2025, quando ressoar o último tilintar do triângulo, Caruaru deve ter gerado 20 mil empregos, com quase 4 milhões de pessoas movimentando R$ 690 milhões.

Foto: Secom/Prefeitura de Caruaru

Juizado do Forró

O Pátio do Forró e os outros 26 polos espalhados pelas zonas urbana e rural do município recebem tanta gente que, pensando na tranquilidade e segurança da festa, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) desenvolveu o Juizado Especial do Forró, que há 19 anos atua em Caruaru para resolver delitos de menor potencial ofensivo, como brigas, lesão corporal, e questões relacionadas ao Direito do Consumidor.

De acordo com o juiz Marupiraja Ramos, coordenador da iniciativa, tudo é resolvido judicialmente o mais rápido possível para não atrapalhar o forró de ninguém.

“A ideia de criação do Juizado Especial do Forró, em plantões noturnos, foi engendrada aqui pelo pela cidade de Caruaru. Uma ideia da prefeitura local, minha, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, e do Centro Universitário Tabosa de Almeida (Asces-Unita). Nas edições anteriores, atuamos mais na área criminal, fazendo as audiências de proposta de ação penal. Por mês, temos de 30 a 35 ocorrências. E assim, a gente tem como satisfação dizer para sociedade de Caruaru e do interior, que a presença do Juizado Forró é um reforço para os órgãos de segurança pública. É uma parceria para combater qualquer tipo de questão violenta”, reforçou.

Foto: Assessoria/São João de Caruaru

Diversidade

Em 65 dias de festa, garantir uma ação efetiva da segurança permite que tanto turistas quanto moradores consigam viver a experiência da grandeza do São João de Caruaru, como aponta o presidente da Fundação de Cultura e Turismo da cidade, Hérlon Cavalcanti.

“É a única cidade que tem mais de 1.400 shows, mais de 60 comidas gigantes envolvidas, aquecendo a economia local dos bairros. É a única cidade que tem uma orquestra de pífano com mais de 100 músicos no palco, uma cidade que tem pernas de pau a nível de quadrilha junina, que tem 19 grupos de bacamarteiros, 12 bandas de pífano, 65 trios de forró”, reforçou.

A cada ano, Caruaru se prepara ainda mais para oferecer uma festa animada, segura, que preserva as raízes, mas que também abraça o que é novo, reforçando a cultura pernambucana e a certeza de que a cidade tem  “O Maior São João do Mundo”. 

Sonorização: Lucas Barbosa
Edição de Texto: Daniele Monteiro
Produção: Lucas Arruda
Reportagem: Antônio Marcos