Suspensão do cronograma de implementação do Novo Ensino Médio gera repercussão

Exatamente um mês após o Ministro da Educação, Camilo Santana, em passagem pelo  Recife, ter afirmado que um Grupo de Trabalho seria criado para debater sobre o “Novo Ensino Médio” e de não seria “questão de revogar a medida”, nesta segunda-feira, 03, o Ministério da Educação concluiu uma portaria para suspender o cronograma de implementação do novo modelo educacional.

Apesar dos detalhes da suspensão da portaria não terem sido ainda divulgados, Camilo Santana afirmou em entrevista, também nesta segunda-feira, que as novas diretrizes, em prática desde o ano passado, não serão cobradas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Educadores e pesquisadores da área da educação pediam pela revogação da medida, já que, segundo eles, dentre as falhas contidas no novo modelo estão a diminuição da carga horária dos conteúdos tradicionais, como filosofia, química e matemática, e também que a proposta, ainda atualmente vigente, ampliaria as disparidades do oferecimento do ensino entre escolas públicas e particulares.

Em entrevista à CBN, o Deputado Federal Mendonça Filho (União Brasil), ex-ministro da Educação do governo Temer, época em que foi criada a proposta, criticou a decisão do Governo, apontando-a como “uma saída política dada a pressão de setores radicais do PT e da esquerda brasileira”.

Quando questionado sobre o possível aprimoramento do Novo Ensino Médio, Mendonça afirmou que políticas públicas “não podem ser tidas como prontas e acabadas” e que as alterações devem seguir modelos de outros países. Ainda de acordo com o ex-Ministro, o antigo modelo praticado pelo Brasil é fracassado.

Na manhã desta terça-feira, 04, o Ministro da Educação e o Presidente Lula se encontram no Palácio do Planalto, em Brasília, para debater a questão.

Confira mais informações na reportagem de Assíria Florêncio disponível no play acima.