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Economia

Governo de Pernambuco solicita apoio do Governo Federal diante do tarifaço de Trump


Por: REDAÇÃO Portal

O decreto que impõe tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, totalizando 50%, entra em vigo na próxima quarta (6)

31/07/2025
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O decreto que impõe tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, totalizando 50%, entra em vigo na próxima quarta (6)

Foto: Reprodução/TV Grande Rio

O Governo de Pernambuco anunciou, nesta quinta-feira (31), que solicitou apoio do Governo Federal diante do decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando a taxa total para 50%. O decreto entra em vigor na próxima quarta-feira (6) e prevê uma lista de exceções a 694 itens, incluindo suco de laranja, veículos, aeronaves civis e determinados tipos de metais e madeira.

Apesar da perspectiva de melhora no cenário, em Pernambuco, os setores produtivos de frutas e combustíveis continuam pressionados. Segundo o governo estadual, para tentar proteger os milhares de empregos que dependem desses segmentos, três medidas foram solicitadas ao Governo Federal. 

A primeira é a disponibilização, via Banco do Nordeste do Brasil (BNB), de linhas emergenciais de crédito para os setores diretamente afetados, com condições especiais de carência, prazos e taxas. A segunda é a adoção de medidas compensatórias, como o incentivo à diversificação de mercados internacionais, a facilitação de acesso a países parceiros e políticas de apoio à exportação.

Por fim, o Governo de Pernambuco também pede que os interesses dos setores produtivos do Nordeste brasileiro sejam protegidos e promovidos na interlocução com os Estados Unidos. Na próxima terça-feira (5), a governadora Raquel Lyra vai a Brasília, junto a todos os governadores do Consórcio Nordeste, para participar de uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin sobre os impactos do tarifaço. 

FIEPE

À CBN Recife, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Bruno Veloso, avaliou positivamente o anúncio feito pelo Governo de Pernambuco, e disse que a medida já havia sido discutida em reunião no Palácio do Campo das Princesas, no Recife, entre a gestão estadual e empresários.

“Essas medidas vêm em boa hora. Isso não poderia ter sido solicitado anteriormente, uma vez que nós não sabíamos quais produtos seriam impactados e se seriam realmente impactados. Eu espero que realmente tenha esse socorro, e deve acontecer, até que possamos avaliar e saber que rumos nós poderemos tomar para esses produtos. A tarifa de 50% praticamente cria uma barreira intransponível na economia”, declara.

Abrafrutas

Em Pernambuco, um dos principais setores impactados pelo decreto assinado pelo presidente norteamericano Donald Trump é o de frutas. Inclusive, com a perspectiva de que haja redução em 70% das exportações de uva e manga oriundas do Vale do São Francisco, no Sertão.

Por meio de nota, a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (AbraFrutas) disse que “seguirá acompanhando as negociações entre os governos dos dois países com a expectativa de um acordo que mantenha o mercado americano atrativo para as frutas brasileiras". 

A associação também continua apoiando os seus associados na interlocução com os importadores americanos e com o governo brasileiro, na busca de medidas que possam mitigar os prejuízos.

Sindaçúcar

Já o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha,  reforçou que as tarifas impostas pelos Estados Unidos não atendem a nenhum critério técnico, e por consequência, impactam diretamente no desenvolvimento do Brasil e do Nordeste. Por ano, 45 milhões de toneladas de açúcar são produzidas no país.

"Esperamos que haja uma restauração do diálogo técnico, de mesas de negociação. Até abril, as cotas se elevaram em 10%, o que será um sacrifício para a safra 2025/2026, mas agora passam para esses patamares que são exacerbados. Esperamos manter empregos! E esse fatores que não atendem a critérios técnicos não podem nortear o entendimento bilateral entre os países", concluiu.

Reportagem - Lucas Arruda

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