Negros são as principais vítimas da violência no Nordeste, aponta Anuário da Segurança
Os números divulgados nesta quinta-feira (24) apontam para o reforço de um padrão histórico

Foto: Reprodução/TV Globo
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBPS), mostra que, apesar de o Brasil ter registrado, em 2024, a menor taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI) desde 2012 (20,8 casos por 100 mil habitantes), as regiões Nordeste (33,8) e Norte (27,7) permanecem com altos índices, inclusive, acima da média nacional.
Na lista das dez cidades mais violentas do país, todas estão no Nordeste: cinco na Bahia; três no Ceará e duas em Pernambuco. E de acordo com o Anuário, a disputa de facções pelo controle do tráfico de drogas é o principal responsável pelos altos índices de violência que colocam a região na contramão do Brasil. Afinal, os dados enviados pelos 26 estados e o Distrito Federal mostram uma redução significativa da violência letal desde 2018.
Quanto ao perfil das vítimas, os números apontam para o reforço de um padrão histórico: 91,1% das Mortes Violentas Intencionais (MVIs) em 2024 aconteceram com homens e 79% dos mortos eram negros. Entre as mulheres, dos 1.492 feminicídios registrados no Brasil, 63,6% das vítimas eram negras (pretas e pardas), sendo 34% delas do Nordeste, com mais um destaque negativo para Bahia, Ceará e Pernambuco.
Padrão
Para a líder da ONG Didé e membro da Rede Empoderando Mulheres Negras para o Enfrentamento à Violência Racial e de Gênero da ONG CRIOLA, Eva Bahia, os números reforçam o quanto as pessoas negras permanecem suscetíveis à violência, especialmente no Nordeste.
“Os dados são alarmantes e refletem a desigualdade racial que assola o nosso país, mas, infelizmente, não trazem espanto para quem acompanha de perto essa situação. Eles reforçam a urgência de ações efetivas para combater a violência estrutural que atinge principalmente a população negra no Nordeste”, disse.
Eva também destacou que, com relação aos casos de estupro e violência sexual, 30% dos crimes foram cometidos no Nordeste, uma região marcadamente atravessada por altos índices de violência doméstica e familiar. Apenas em Pernambuco, de janeiro a junho deste ano, 27.767 mulheres foram vítimas desses crimes. Os dados são da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE).
“Nesse sentido, a ONG CRIOLA vem, há mais de 30 anos, atuando para promover ações e políticas públicas que combatam essa e outras manifestações do racismo patriarcal cisheteronormativo na sociedade. É o caso da Rede Empoderando Mulheres Negras para o enfrentamento à violência racial e de gênero. O projeto objetiva ampliar a capacidade de articulação e incidência política de organizações e lideranças negras das cinco regiões do Brasil em torno do tema da violência de gênero e do feminicídio”, comenta Eva Bahia.
Reportagem - Lucas Arruda
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