Pernambuco tem quase 800 mil pessoas com deficiência e registra 105 mil casos de autismo

Os dados preliminares do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que Pernambuco possui cerca de 788 mil pessoas com deficiência, representando 8,9% da população com dois anos ou mais. A maioria dessas pessoas são mulheres (465 mil), um padrão observado em todas as regiões do Brasil, possivelmente relacionado à maior longevidade feminina. Idosos com 60 anos ou mais compõem 42,9% do total de pessoas com deficiência no estado, enquanto representam apenas 25,3% entre os que não possuem deficiência.

As deficiências mais comuns em Pernambuco são dificuldades permanentes para enxergar (5,1%), andar ou subir degraus (3,2%) e ouvir (1,4%). O Censo adota uma metodologia baseada em domínios funcionais, de acordo com recomendações internacionais, o que impossibilita comparações diretas com edições anteriores. Considera-se pessoa com deficiência aquela que apresenta muita dificuldade ou impossibilidade total em realizar ao menos uma das funções investigadas.

Pela primeira vez, o Censo coletou dados específicos sobre o transtorno do espectro autista (TEA), registrando 105.852 pessoas com diagnóstico no estado, equivalente a 1,2% da população. A prevalência é maior entre os homens (1,5%) do que entre as mulheres (0,9%), sendo mais comum na faixa etária de 5 a 9 anos. Entre os estudantes diagnosticados com TEA, 36.579 tinham 6 anos ou mais. A taxa de escolarização dessa população geralmente é inferior à dos não diagnosticados, com exceção das faixas etárias entre 18 a 24 anos e acima de 25 anos.