MPPE denuncia casal que impediu personal trainer de entrar em banheiro feminino no Recife
Kerolaine Klécia da Silva e Marcos Aurélio Mendes Leite foram denunciados por transfobia

Foto: Reprodução/TV Globo
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou o casal que hostilizou a personal trainer e fisiculturista Kely da Silva Moraes, de 45 anos, em uma academia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O caso aconteceu em maio, e três dias depois da situação, ambos tiveram o contrato encerrado pela academia. À época, Kerolaine Klécia da Silva e Marcos Aurélio Mendes Leite alegaram ter confundido Kely com uma mulher trans. O episódio foi marcado pelo bloqueio da porta do banheiro feminino pelo marido de Kerolaine para que a vítima não entrasse.
O promotor de Justiça Criminal Sérgio Roberto da Silva Pereira pediu à Justiça que o casal responda por transfobia e que seja aplicada uma indenização de R$ 20 mil para os acusados. Em 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a transfobia ao crime de injúria racial, cuja pena pode variar de 2 a 5 anos de recusão, além de multa.
No último dia 30 de julho, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) concluiu o inquérito com o indiciamento de Kerolaine e Marcos Aurélio. Ao g1, a defesa do casal disse considerar o relatório da investigação "prematuro" e "unilateral". A defesa também aponta que a polícia não colheu os depoimentos do casal.
A reportagem da CBN Recife teve acesso ao inquérito policial, onde consta que tanto Kerolaine quanto Marcos Aurélio tiveram os depoimentos colhidos por meio de perguntas "objetivas e específicas ao episódio ocorrido na academia". No entanto, não foi permitido à defesa do casal realizar perguntas devido a tentativas de subversão da ordem dos trabalhos, onde se atribuiu à vítima, Kely, os crimes de difamação, injúria, constrangimento ilegal e denunciação caluniosa. "Entendemos ser a instrução processual o ambiente adequado para os esclarecimentos exaurientes e suas respectivas consequências", finaliza o texto.
Na denúncia, o promotor Sérgio Roberto da Silva Pereira ainda afirma que a polícia ouviu quatro testemunhas oculares, as quais foram enfáticas ao destacar o teor violento da ação contra a personal trainer. Para o MPPE, o entendimento de que o caso se trata de injúria, motivada por questões de gênero e orientação sexual, afasta a possibilidade de acordo.
A CBN Recife também questionou ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) sobre o recebimento da denúncia, e a partir disso, qual será o andamento dos trabalhos na corte. Até então, aguardamos retorno.
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