"Pernambuco está num momento interessante de desenvolvimento", afirma presidente da Adepe
Para Ana Luiza Ferreira, desenvolvimento econômico está associado ao meio ambiente e à tecnologia

Foto: CBN Recife
Em entrevista à CBN Recife, a diretora-presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Ana Luiza Ferreira (Adepe), avaliou o impacto tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ela lembrou que o estado é um dos maiores exportadores de frutas do país, que estão entre os alimentos mais afetados pela medida. "Foi tudo muito inesperado, no momento em que se tinha uma safra de peso de envio para os Estados Unidos, especificamente essa janela de safra. Muitos produtos serão impactados, mas talvez nenhum deles tenha um impacto tão imediato e urgente quanto as frutas, porque são perecíveis. O açúcar também é um produto afetado, mas com uma gravidade relativamente menor, porque não é tão perecível e que eu consigo estocar ou redirecionar", explicou. Segundo ela, o Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, está ao lado dos produtores, assim como com o governo federal, na busca e na articulação de ações que minimizem os efeitos do tarifaço. "É um impacto grande e urgente, que ainda está sendo avaliado, mas que provocou ações que já estão sendo avaliadas e tomadas", complementou.
Apesar dos desafios da economia local e nacional, Ana Luiza afirmou que Pernambuco está em um momento interessante de desenvolvimento.
"Quando a gente chegou na Adepe há pouco mais de um mês, a gente percebeu que tudo estava muito voltado ao crescimento econômico urgente que o estado precisava. Tivemos uma intensificação do PE Produz, de fomento às cooperativas e às associações produtoras. A gente também teve um incremento muito forte nos últimos dois anos e meio no programa de suporte aos municípios da Adepe, que financia obras públicas que venham a fomentar o desenvolvimento econômico e direto dos municípios, como pátios de feira, mercados, açougue e matadouro, polos gastronômicos, enfim, o que possa ter impacto nesses municípios", explicou.
Para Ana Luiza Ferreira, a Reforma Tributária também facilitou o movimento da economia em Pernambuco. "A gente soma esses esforços urgentes e imediatos que eram necessários a essa estruturação, que são base para enxergar o futuro a médio e longo prazo do Estado de Pernambuco, num cenário em que 'guerra fiscal' não vai mais existir. Então a própria Adepe, que quase a totalidade das receitas dela é uma fração do que as empresas se beneficiam do incentivo fiscal do Prodepe, está neste momento se reinventando como um todo. E a gente tem um papel fundamental, não somente de execução do que vai ser o pós-reforma tributária, como possivelmente ter a governança do Fundo Nacional do Desenvolvimento Regional e do programa estadual para acessar esse fundo, mas também no próprio advocacy do que vai ser a formatação final dessa reforma tributária aqui no estado. Então, na modelagem do impacto muda completamente o raciocínio. Eu tinha um incentivo enorme, a atração da atividade industrial que gerava prioritariamente ICMS para o estado e a Reforma Tributária agora passa a gerar a atividade que gera o tributo. É o local de consumo e não mais de produção. E modelar esse impacto não é simples, né? Assim, não tem sido simples para nenhum estado. Mas a gente está num mergulho realmente profundo para que a gente faça desse limão uma limonada ou até uma caipirinha, né? Aumentando a geração de valor no estado de Pernambuco. A gente está bastante confiante de que isso é possível", completou.
Ainda segundo Ana Luiza, não há mais como falar em desenvolvimento econômico sem associar ao meio ambiente e à tecnologia. "Essa mudança da lógica da atividade econômica com a Reforma Tributária privilegia, por exemplo, uma tradição histórica do estado de Pernambuco que é a voltada à atividade intelectual, né? Pernambuco, historicamente, tem pensadores críticos que formaram a nossa nação. Tradicionalmente essa não é uma atividade que gera arrecadação para o estado, por exemplo. Mas a partir de agora, a arrecadação para o estado vai estar muito mais ligada ao consumo do que ao local de produção. Fazer de Pernambuco um grande centro de pesquisa, desenvolvimento, inovação e pensamento crítico - que é o grande desafio que estamos colocando para nós mesmos na Adepe, inspirados no que a governadora Raquel Lyra, no que a nossa vice-governadora, Priscila, demandam da gente -, mas fazer de Pernambuco o centro global de inovação verde e justa, um desenvolvimento econômico que seja verde e justo, que exige muita pesquisa, desenvolvimento, inovação, pensamento crítico, e essa toda essa nova estratégia de desenvolvimento econômico que não necessariamente vai ser 100% industrial a partir de agora, isso é uma oportunidade que vem brilhando os olhos de todo mundo que faz a agência e o desenvolvimento econômico nesse momento tão dinâmico em que a gente está vivendo", completou.
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