Polícia executa operação de combate a esquema fraudulento no DPVAT; policial civil e político são investigados

A Polícia Civil desarticulou uma quadrilha acusada de falsificar laudos para obter indenizações do DPVAT, seguro obrigatório destinado a vítimas de acidentes de trânsito. Entre os presos estão servidores públicos — incluindo um policial civil —, médicos, fisioterapeutas e intermediários. A ação, chamada Operação Sinistro, cumpriu 19 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão em 13 cidades de Pernambuco, Paraíba e São Paulo. Os investigados respondem por crimes como falsidade ideológica, estelionato, uso de documentos falsos e corrupção passiva e ativa.

As investigações começaram em 2021, após denúncia anônima sobre fraudes no DPVAT. Segundo a polícia, o grupo identificava vítimas reais ou fictícias de acidentes de trânsito e produzia boletins de ocorrência, laudos médicos e outros documentos falsos para sustentar os pedidos de indenização. Intermediários eram responsáveis por recrutar essas vítimas, providenciar a documentação e encaminhar os requerimentos à seguradora, retendo parte dos valores pagos.

A lista de investigados inclui um político com mandato em exercício, cujo cargo e cidade não foram informados. Os mandados foram expedidos pela Vara Única da Comarca de Glória do Goitá, onde o policial civil registrava os boletins que davam base às fraudes. Durante a operação, a polícia colheu depoimentos de supostas vítimas e reuniu provas como documentos, mensagens, áudios e comprovantes bancários que demonstram os pagamentos e repasses. A delegada Lígia Cardoso informou ainda que despachantes e pessoas ligadas a empresas também foram detidos.