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Sepultamento de Mãe Elda de Oxossi acontece nesta terça-feira, no Recife


Por: REDAÇÃO Portal

A Yalorixá Elda Viana faleceu nesta segunda-feira (12), aos 76 anos

13/05/2025
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A Yalorixá Elda Viana faleceu nesta segunda-feira (12), aos 76 anos

Foto: Divulgação/Assessoria

O sepultamento da Yalorixá Elda Viana, conhecida como Mãe Elda de Oxossi, acontecerá no fim da tarde desta terça-feira (13), no Cemitério de Santo Amaro, na região central do Recife. Última mulher coroada como Rainha do Rosário na centenária Igreja do Rosário dos Homens Pretos do Recife, em 1980, Mãe Elda de Oxossi faleceu nesta segunda-feira (12), aos 76 anos.

O velório acontece ao longo do dia na sede da Nação Porto Rico, no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, onde fica o terreiro do qual Mãe Elda de Oxossi foi matriarca e liderança espiritual. Com a morte da Yalorixá, chega ao fim um ciclo de mulheres negras à frente de uma das irmandades mais representativas da resistência do povo negro no país. 

Sobre Mãe Elda de Oxossi 

Iniciada na religião aos 14 anos de idade, Mãe Elda construiu uma vida dedicada ao sagrado, à educação e à preservação das tradições negras. Atuou como alfabetizadora e conselheira comunitária, sendo referência para muitas mulheres de terreiro, jovens periféricos e militantes da cultura popular. Em seu terreiro, não apenas ensinava os fundamentos do candomblé, mas também promovia ações educativas, rodas de diálogo e articulações para fortalecer a presença negra nos espaços públicos e culturais da cidade.

Uma de suas mais marcantes contribuições foi o apoio contínuo à Nação do Maracatu Porto Rico, um dos mais tradicionais grupos de maracatu de baque virado do Estado. Sob sua orientação, a agremiação se fortaleceu como expressão cultural e espiritual, mantendo vivas as tradições dos ancestrais africanos através do ritmo, da dança e do cortejo. Mãe Euda acompanhava os ensaios, aconselhava as lideranças e cuidava da espiritualidade da Nação — para ela, o maracatu era uma extensão do terreiro, um ato de fé e resistência no espaço urbano.

Além da religiosidade, foi sua força política e cultural que a transformou numa das principais vozes negras da cidade. Ao ser coroada Rainha do Rosário na década de 1980, rompeu barreiras dentro e fora da Igreja, representando mulheres negras em um espaço historicamente marcado pelo racismo religioso e pela exclusão. Desde então, nenhuma outra mulher foi coroada na mesma irmandade, o que reforça a magnitude de sua trajetória.

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