Opinião| O modismo do arrependimento

Há várias atitudes do ser humano que causa admiração positiva. Uma delas é o arrependimento. A palavra grega da qual se originou é metanóia, dando a ideia de uma mudança de mente, ou seja, aquilo que foi feito produziu tamanha repulsa que aquele que a praticou, não deseja mais repetir e sente até vergonha quando lembra ou quando alguém o faz lembrar.

Diferentemente do sentido do que é o verdadeiro  arrependimento, se tornou banal  o pedido de desculpas. Agora, sabe-se previamente que a postura adotada é algo nefasto, mas mesmo assim adota-se uma postura horrenda. Palavras que denigrem as pessoas, utilizando-se da calúnia, injúria e da difamação com o intuito unicamente de ganhar notoriedade nas famigeradas redes sociais. Antes, até se pensava em algo estarrecedor, mas em regra, não se externava. Porém, como existe uma patologia social onde se banalizou a alteridade, adotar posturas que são vistas como algo degradante, virou sinônimo de natural. Praticam-se as mais variadas condutas perniciosas contra alguém, e por causa das consequências, pede-se perdão. Deixando claro que não existindo repercussão, certamente não haveria pedido de perdão. Alguém já disse que devemos procurar fazer o que é certo, para depois não ter que precisar pedir desculpas. 

Olinda, 10 de maio de 2025.
Sem ódio e sem medo.
Hely Ferreira é filósofo e cientista político.