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Família de bebê morta durante trabalho de parto aponta negligência de hospital em Jaboatão


Por: REDAÇÃO Portal

Revoltado, pai da bebê quebrou as vidraças e objetos da recepção da unidade hospitalar

04/07/2025
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Revoltado, pai da bebê quebrou as vidraças e objetos da recepção da unidade hospitalar

Foto: Reprodução/Google Maps

O pai de uma bebê que morreu durante o trabalho de parto no Hospital Memorial Guararapes, em Jaboatão, na Região Metropolitana do Recife (RMR), quebrou as vidraças e objetos da recepção da unidade hospitalar após o falecimento da filha. Revoltados com a situação, Victor Petrick Oliveira e a família alegam que houve negligência da equipe médica.

O caso aconteceu na última segunda (30). Na noite do dia anterior, por volta das 18h30, a mãe da bebê e esposa de Victor, Isabelle Raissa Silva, deu entrada na maternidade do hospital. Segundo relato da avó, Cristina da Silva, a filha Isabelle e a neta Lara estavam bem antes de dar entrada na unidade. 

Ao g1, Cristina disse que todo transtorno começou depois que uma enfermeira passou três comprimidos de misoprostol, medicamento usado para a indução do parto e capaz de provocar a interrupção da gravidez. 

"A partir do momento em que ela tomou, a criança se contorcia na barriga dela. Esvaziou um lado e a criança foi para um lado só. Muito depois, a médica foi examinar ela e viu que o coração da bebê estava muito acelerado. Quando ela estourou a bolsa da minha filha, veio cocô na mão dela e ela não ouviu mais o coraçãozinho batendo", relatou.

Ainda segundo a avó da criança, dos três comprimidos que foram administrados por uma enfermeira, quando assumiu o plantão, dois foram colocados na vagina da gestante e outro foi consumido via oral. "Eu presenciei quando ela (Isabelle) disse que estava insuportável e a enfermeira disse: ‘é assim que a gente quer’", contou Cristina.

Transferência para o IMIP

Depois da constatação do falecimento de Lara, Isabelle Raissa foi transferida para o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), na região central do Recife, onde o parto foi concluído. A gravidez completaria 9 meses e 3 semanas na segunda-feira (30). 

Após saber do falecimento da filha, inconformado, Victor Petrick de Oliveira quebrou a vidraça e objetos da recepção do Hospital Memorial Guararapes. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram quando ele aparece na unidade de saúde com um martelo na mão. ”Não vai ter atendimento para ninguém, mataram minha filha. Mataram minha filha aqui. Não vai ter atendimento hoje para ninguém”, gritava.

O que diz o Hospital Memorial Guararapes

Por meio de nota, o Hospital Memorial Guararapes afirmou que se solidariza com a família e que “não compactua com atos de violência e agressão”. Ainda segundo a instituição, foram destruídas portas, mesas, computadores, impressoras e outros equipamentos, e funcionários também sofreram ferimentos pelos estilhaços. 

O hospital ainda afirmou que o caso será tratado com “a devida importância e responsabilidade”. No entanto, não se pronunciou sobre a alegação de que houve negligência médica.

O que diz a Secretaria de Saúde de Jaboatão dos Guararapes

Apesar de o Hospital Memorial Guararapes ser privado, a unidade faz parte da rede complementar de saúde pública de Jaboatão. Segundo a Secretaria de Saúde, o caso será analisado por um Grupo Técnico de Investigação de Óbitos. Uma visita técnica da Vigilância em Saúde também está programada. No ano passado, cerca de 1.890 partos foram realizados na UTI Neonatal do hospital.

A gestão municipal também se colocou à disposição da família e disse que vai prestar apoio durante a apuração dos fatos.

Segundo óbito

Em menos de dois meses, esse é o segundo óbito envolvendo a maternidade do Hospital Memorial Guararapes. Em maio, Cibele Joaquim da Silva, de 19 anos, morreu cerca de uma semana após dar à luz no hospital. 

Segundo a família, ela continuou sentindo fortes dores abdominais após a alta médica. E ao retornar ao hospital, foi constatada uma perfuração no intestino. Cibele passou por uma cirurgência de urgência, mas não resistiu e faleceu. O caso gerou revolta e protesto da população local.

O que dizem as polícias

Em nota, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) disse que foi acionada pelo plantão administrativo do Hospital Memorial Guararapes para conter Victor Petrick Oliveira, pai da bebê que faleceu na última segunda-feira (30). No entanto, quando a corporação chegou ao local, Victor já tinha ido embora.  

Já a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) disse que, até o momento, não há nenhum caso sendo investigado pela corporação com o nome dos envolvidos.

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