Dani Portela se posiciona sobre denúncia ao MPC: “não nos intimidaremos”

A deputada estadual Dani Portela (PSOL-PE) foi denunciada ao Ministério Público de Contas (MPC) por ter, supostamente, contratado uma empresa fantasma para prestar serviços de automatização de dados ao seu gabinete na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). À CBN Recife, o MPC confirmou que recebeu a denúncia, por e-mail, no último domingo (10). Com o início do expediente ministerial nesta segunda-feira (11), uma “Notícia de Fato” foi instaurada para dar início à apuração.

Segundo a denúncia, a empresa Coutinho Assessoria Ltda., no nome de Wildson Pinto Coutinho, tio do marido da deputada Dani Portela, Jesualdo de Albuquerque Campos Júnior, foi criada em julho de 2023 especificamente para prestar serviços ao gabinete da parlamentar. A denúncia aponta ainda que as atribuições de Wildson no gabinete não teriam relação com os serviços para os quais a empresa foi contratada. Desde 2023, a Coutinho Assessoria Ltda., que funciona em um endereço registrado em um coworking no bairro da Boa Vista, teria recebido R$ 457,2 mil.

O que diz Dani Portela

Por meio de nota divulgada à imprensa, a deputada estadual Dani Portela (PSOL) afirmou que recebeu a denúncia com indignação, mas sem surpresa. A parlamentar também declarou que todos os contratos de prestação de serviços ligados ao seu gabinete são regidos legalmente, sendo submetidos à análise da procuradoria da Alepe e passam por auditorias anuais, não havendo qualquer irregularidade identificada. 

“A empresa em questão presta serviços de automatização dos dados do meu gabinete, sendo imprescindível a relação de confiança, com remuneração compatível com o mercado. Tal serviço é prestado presencialmente em expediente diário na própria estrutura da Alepe. Nosso gabinete tem muito zelo sobre a coisa pública, sendo, inclusive, uma das parlamentares que mais devolveu os valores disponíveis na verba indenizatória, totalizando cerca de R$ 200 mil reais em 3 anos de mandato”, aponta a nota.

Ainda de acordo com Dani Portela, a denúncia serve como “cortina de fumaça” para tentar tirar o foco das supostas irregularidades apontadas pela parlamentar para instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que, se instaurada, deve apurar um contrato bilionário do governo estadual com empresas de publicidade.

Dani Portela ainda afirma que a denúncia ao MPC surge diante da identificação de uma suposta rede de perfis criados para atacar os opositores do governo. “Essa cortina de fumaça direcionada a mim, nada mais é do que uma tentativa desesperada de intimidar uma parlamentar eleita e tirar o foco da real questão: os fatos a serem apurados na CPI. Não nos intimidaremos e não retrocederemos”, conclui a deputada.