Coluna da quinta | As exceções de Trump
Os Estados Unidos confirmaram o tarifaço ao Brasil dias antes do prazo que havia estabelecido. O que mais chamou a atenção foram as exceções que o presidente Donald Trump concedeu. Olhando mais de perto, ele preservou da taxação os produtos que mais interessam aos norte-americanos.
Ao mesmo tempo, a decisão de Trump de afrouxar um pouco as sanções abre margem para o diálogo e para ampliar ainda mais o que foi publicado ontem. Se isso de fato acontecer, a retórica em favor de Bolsonaro vai caindo por terra e fica evidente que a guerra é muito mais comercial, com a pedra no sapato americano chamado Brics. Sobretudo, o discurso de desdolarização do comércio entre esses países.
SILÊNCIO DE BOLSONARO – Nesse episódio, todo o silêncio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o protagonismo do seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), soa estratégico. Preserva o pai de entrar em bola dividida e deixa o filho tocar a narrativa.
MERGULHADO – Às vésperas da retomada do Congresso Nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está num mergulho estratégico. Diante do tarifaço, agiu no primeiro momento e saiu de cena. Preservou, até agora, a imagem do parlamento.
NORDESTE PREOCUPADO - A governadora Raquel Lyra (PSD) vai se reunir, na próxima terça-feira (5), com o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin para debater os efeitos do tarifaço nos produtos brasileiros, em especial em Pernambuco. Essa é uma agenda conjunta dos governadores do Nordeste.
FRASE DO DIA: “Taxar o Brasil em 50% por motivações políticas e, ainda, impor novas sanções à Suprema Corte é inaceitável. Mesmo sabendo que parte dos produtos foram isentos das tarifas, como resultado da negociação do Governo Lula/Alckmin, ainda temos muito a avançar. O diálogo sensato, em defesa da nossa soberania, será sempre o melhor caminho”, afirmou o prefeito João Campos em suas redes sociais.
GOIANA – O prefeito de Goiana, Marcílio Régio (PP), revelou ao blog que ainda está tomando pé da gestão municipal. “Deixaram muita coisa fora do lugar. Vamos ter que reconstruir muita coisa”, antecipou. O prefeito disse que vai apresentar em breve os números.
SURUBIM – Passadas as festas, a imagem do prefeito Cleber Chaparral começa a decantar na cidade de Surubim, no Agreste do estado. Ou ele imprime um ritmo de entregas ou o sentimento de volta ao passado começa a tomar corpo.
GESTO OBSCENO – No mesmo dia que sofreu mais represália dos Estados Unidos, com a Lei Magnitsky, o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, foi ao jogo do Corinthians, acenou para a torcida e fez gesto obsceno. Para um ministro da Suprema Corte de um país, gestos como esses não cabem.
PINGA-FOGO: Essa narrativa de Trump vai se sustentar até quando?
